Julio Cortázar morreu, aos 69 anos, no dia 12 de fevereiro de 1984, em Paris. Argentino nascido em Bruxelas – seu pai era funcionário da embaixada argentina na Bélgica – foi um dos grandes nomes da literatura latina. Suas obras marcaram o século XX, com uma narrativa às vezes complexa, mas envolvente. Deixou obras como O Jogo da Amarelinha, Histórias de Cronópios e de Famas, Bestiário, As Armas Secretas, Final de Jogo entre outras.
Cortázar iniciou sua vida profissional como professor de escola no interior da Argentina. Em 1944, começou a ministrar aulas de literatura francesa na Universidade de Mendoza. Lá, um ano depois, foi preso depois de participar da ocupação da universidade junto com os alunos. Depois disso, mudou-se para Buenos Aires. Em 1951, já estava em Paris, onde começou a trabalhar como tradutor da Unesco. Na capital francesa viveu nos 33 anos seguintes. Durante todo esse tempo, só voltou sete vezes à capital argentina.
Pouco antes de morrer, Cortázar visitou pela última vez Buenos Aires (Clarin/Dani Yako)
Na década de 60, Cortázar começou a militar a favor dos movimentos revolucionários na América Latina. Em 1973, publicou Livro de Manuel e ganhou o Prêmio Médicis. Em 1976, com o golpe militar na Argentina – a ditadura só terminaria em 1983 -, Cortázar cedeu seus direitos autorais para ajudar organizações de defesa dos direitos humanos que tentavam conseguir a liberdade dos prisioneiros políticos argentinos.
Em 1981, foi duramente criticado por renegar a cidadania argentina e se tornar cidadão francês, depois de trinta anos de exílio em Paris.
Com o fim da ditadura militar na Argentina, Cortázar viajou em dezembro de 1983 para sua terra natal. Visitou sua mãe, Maria Hermínia Descottes, numa espécie de despedida. O escritor tinha noção de que estava doente e em fase terminal. FEle já sabia de seu estado terminal, , da ditadura militar, Cortázar viajou para Buenos Aires para visitar sua mãe, Maria Hermínia Descottes. Ele estava doente e sabia que estava em seus últimos dias de vida. Retornando a Paris, faleceu no dia 12 de fevereiro de 1984. À época, deu-se como leucemia a causa de morte. Porém, em 2014, a jornalista Cristina Peri Rossi, amiga do escritor, disse que ele morreu de aids, após ser infectado numa transfusão, numa época em que doença ainda não tinha nome.
Veja aqui o depoimento de fotógrafo que registrou Cortázar na volta à Argentina: https://oglobo.globo.com/cultura/video/encontro-com-cortazar-3582179.ghtml
Segundo resenha do jornal “O Estado de São Paulo” três livros editados no Brasil podem ajudar o leitor interessado na obras de Cortázar a percorrer o universo do autor.
“…Um deles é A Fascinação das Palavras – Conversas com Julio Cortázar, “um livro muito doido”, nas palavras do autor, que foi escrito a quatro mãos ao longo de dois anos com o amigo de mais de uma década Omar Prego Gadea.
O segundo é Aulas de Literatura: Berkeley, 1980, que compila as palestras proferidas na universidade americana. Os dois títulos foram lançados pela Civilização Brasileira, do Grupo Record, que detinha o direito de publicação da obra de Cortázar no Brasil até o ano passado, quando o autor passou a integrar o catálogo da Companhia das Letras. A nova editora promete para maio uma outra edição de O Jogo da Amarelinha e também prevê um volume com todos os contos de Cortázar. Enquanto a editora não lança as novas edições, o leitor ainda encontra os volumes da Civilização Brasileira.
O terceiro, publicado pela Dsop, é Julio Cortázar – Notas Para Uma Biografia, de Mario Goloboff, que apresenta o escritor como um verdadeiro pesquisador: de novas formas, de novas aventuras, de novas possibilidades para a literatura…” (O Estado de São Paulo, caderno de Cultura de 12/02/2019)
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