A mostra dos bordados é gratuita e conta a história das mulheres atingidas por barragens. – Divulgação MAB
No dia 17 de outubro a Caixa Cultural de Curitiba abre a exposição de 25 peças de bordados de autoria coletiva de mulheres integrantes do Movimento de Atingidas e Atingidos por Barragens (MAB). As obras são oriundas de diversas as regiões do Brasil e contam a história de violações de direitos humanos como da resistência popular. Esta exposição é resultado de articulação entre o MAB e vários projetos de extensão e pesquisa da Universidade Federal do Paraná. A visitação inicia dia 18 de outubro e vai até o dia 26 de novembro, de terça a sábados das 10h até às 20h e domingos das 10h às 19h.
A ação diária dessas mulheres ressoa na vocação política das costuras, que não só denunciam o território esgarçado, como elaboram saídas para um futuro possível. Na técnica da arpillera conduzida como um exercício sutural do cotidiano rompido, proliferam imaginários de mobilização e reparação. São traçados de vida e luta, que bordam e transbordam mundos e relações desatadas por conflitos e danos ambientais.
As produções evidenciam um tipo particular de tessitura comunitária, que tensiona os sentidos convencionais da autoria individual e produz, no coletivo, a luta por direitos e o ativismo social. As peças têm inspiração nas arpilleras chilenas, uma técnica têxtil popular, reconhecida como símbolo da resistência de mulheres às violências praticadas durante a Ditadura de Pinochet, nos anos 1970 e 1980. Aqui, os bordados ao mesmo tempo que retratam paisagens, cotidianos e biografias profundamente alterados e alagados pela violência, também materializam a organização e o protagonismo feminista.
A mostra dos bordados é gratuita e conta a história de mulheres atingidas por barragens / Divulgação MAB
A exposição é resultado de um processo coletivo desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com o Movimento dos Atingidos e das Atingidas por Barragens (MAB) e a CAIXA Cultural, por meio dos projetos de extensão universitária Máquina de Ativismos em Direitos Humanos, Direitos em Movimento, EKOA, Emaranhado.lab e Sacode e Movimenta_Encontros Culturais.
A mostra traz uma seleção de obras construídas de norte a sul do Brasil, apresentando uma cartografia das práticas políticas e artísticas do MAB. O fluxo das águas ganha vazão nos desenhos dessas peças, que nos provocam a encarar a fragilidade das respostas da justiça, não raro sustentada por um fio.
Exposição – Tecidos de Luta: Águas para a Vida Local: Galeria Térrea / Caixa Econômica Cultural Data: 18 de outubro a 26 de novembro de 2023 Abertura: terca-feira (17/10), às 19h Visitas guiadas: Horário de visitação: de terça-feira a sábado das 10h às 20h, domingos e feriados das 10h às 19h Classificação: 14 anos Entrada: franca
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.