Celebra-se o Dia Internacional da Igualdade Feminina, em alusão à Declaração dos Direitos da Pessoa e da Cidadania a 26 de Agosto de 1789, na França. Neste data, posteriormente, também se passou a comemorar as conquistas das mulheres na luta por condições de igualdade entre gêneros.
Com o movimento feminista as mulheres alcançaram muitas vitórias ao longo das últimas décadas, como o direito ao voto, a entrada no mercado de trabalho, no ensino, e na vida política. Mas o caminho para a completa igualdade é longo e demorado. Se a velocidade das mudanças não aumentar, a projeção de que uma equiparação de direitos levaria quase um século ainda, de acordo com o Global Gap Report 2020 do Fórum Econômico Mundial, que há 14 anos compara 153 países no seu progresso em direção à igualdade de gênero em quatro dimensões: participação e oportunidade econômicas, desempenho educacional, saúde e sobrevivência, e participação política.
De forma geral e comprovado cientificamente, as mulheres têm níveis de escolaridade mais elevados, têm o dom de fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo, são ensinadas desde pequenas à realizarem tarefas domésticas, são mais organizadas e estão chefiando famílias, cada vez mais, no Brasil. Mesmo diante de tantas qualidades, ainda há uma grande diferença imposta na sociedade, em cargos de evidência e também em cargos políticos.
Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres continuam sendo desvalorizadas no local de trabalho, ganhando financeiramente, menos que os homens e ocupando os mesmos cargos. É por esse motivo e, tantos outros, que é necessário ter dias dedicados a igualdade feminina.
Ainda que estejamos longe de uma equidade de direitos e oportunidades entre os gêneros, a luta das mulheres produziu efeitos importantes na vida contemporânea. Veja oito mudanças conquistadas no Brasil pelo feminismo!
Estamos mais do que acostumadas a ver salas de aula com um número equilibrado entre homens e mulheres, mas nem sempre foi assim. No Brasil, mulheres só puderam frequentar a escola básica a partir de 1927. E nas universidades um menor desequilíbrio só aconteceu mais de 50 anos depois, em 1979.
Trabalho Quem aí já ouviu a frase Girls Just Wanna Be CEO? Foi uma longa luta para que mulheres tivessem a possibilidade de decidir se queriam ou não ser donas de casa. De acordo com o Código Civil de 1916, a mulher só poderia trabalhar fora caso o marido lhe concedesse autorização. Foi só em 1943 que, segundo a Consolidação das Leis Trabalhistas, isso mudou.
Licença-maternidade Sabia que até 1934 esse direito não existia? Foi nesse ano em que a Constituição previu que as mulheres ficariam sem trabalhar um mês antes e um mês depois de nascer o bebê. Além disso, a demissão de grávidas passou a ser proibida. Em 1988, o período se estendeu para 120 dias.
Voto Um dos grandes motivos para a luta do feminismo foi o direito ao voto, que no Brasil só foi autorizado em 1932. Em 1934, a primeira representante política do gênero feminino foi eleita no país: Carlota Pereira de Queiroz.
Casamento Desde 1916, com aprovação do Código Civil, só o homem era responsável pela família e o casamento poderia ser anulado pelo marido caso descobrisse que a esposa não era virgem. A família da noiva também poderia deserdá-la. Essas regras mudaram apenas em 2002.
Divórcio Em 1977, o divórcio passou a ser permitido por lei. Até então, o casal só poderia se separar em casos de traição, tentativa de morte ou abandono do lar.
Anticoncepcional Em 1962, o Brasil começou a vender anticoncepcionais. A mudança possibilitou que elas pudessem se relacionar sexualmente com mais parceiros.
Violência contra a mulher A primeira Delegacia da Mulher foi criada em 1985. Em 2006, surgiu a Lei Maria da Penha, com mecanismo para punições em caso de violência doméstica.
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