A celebração do “Dia da Mulher Paraguaia”, em 24 de fevereiro, se dá em comemoração ao aniversáro da “Primeira Assembléia Americana de Mulheres”, reunidas em Assunção em 24 de fevereiro, no ano de 1867, com o objetivo de contribuir com a defesa da pátria paraguaia. Naquele tempo, o Paraguai se via envolvido numa guerra com a “Tríplice Aliança”, formada por Brasil, Argentina e Uruguai e fomentada em boa parte pelos interesses do império britânico à época. Neste dia, costumeiramente, se recorda a entrega de jóias para custear os gastos com a guerra. No entanto, novas lideranças femininas paraguaias fazem uma leitura mais além do desprendimento econômico das mulheres mais abastadas à época do conflito armado. Em um texto comemorativo, por exemplo, a Coordenação de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Indigenas (Conamuri) expressa a importância de se reler o fato histórico: “…Também tem de se lembrar das mulheres que não tinham jóias para doar, e no entanto contribuíram cultivando a terra e preservando as sementes, costurando uniformes e aplacando almas destroçadas, lavando feridas e, sobretudo, resistindo com o corpo e com o seu sangue, com o seu trabalho , a invasão inimiga e a posterior traição dos legionários. Lutadoras aguerridas, inesgotáveis, mulheres de nossa terra souberam levantar-se em meio das maiores adversidades e nos cenários mais difíceis”.
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