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Jovens Guarani que já são estudantes na Unila – foto: Leila Yatim
Ava-Guarani, Aymará, Baniwa, Baré, Borari, Cubeo, Garifuna, Kaingang, Kaiowá, Kamentsá, Kichwa, Kokama, Kuikuro, Nasa, Pankara, Pastos, Piratapuia, Piaroa, Shuar, Tikuna, Tukano, Wanano, Waurá, Xokó e Zoró são os novos nomes de povos indígenas que comporão a Unila neste 2022. Os indígenas ingressaram pelo Processo Seletivo Indígena (PSIN), uma modalidade de ingresso prevista na legislação interna aprovada em 2021, pela qual os povos indígenas, independentemente do país da América Latina e Caribe que habitem, podem se candidatar a uma das 114 vagas que a Unila disponibiliza para indígenas a partir de 2022. A seleção é realizada mediante a comprovação de pertencimento étnico e o ranqueamento pela média das notas do ensino médio.
Através do Edital Nº 19 de 05-04-2022 a Pró-Reitoria de Relações Institucionais e Internacionais (Proint) convocou 96 indígenas para a primeira chamada de selecionados do Processo Seletivo de Indígenas, para ingresso na Universidade Federal da Integração Latino‐Americana (Unila), no ano letivo de 2022. Nessa primeira chamada foram convocados 96 classificados em 28 cursos de graduação. Só não houve aprovados apenas no curso de música. São vinte e cinco povos distintos, presentes em seis (6) países – Colômbia, Honduras, Equador, Venezuela, Bolívia e Brasil.
Foram quase 400 inscritos para as 114 vagas, o que demonstra a grande demanda no ensino superior para os povos indígenas. Excluídos do processo do ensino superior, foi apenas a partir de meados da década de 2000 que começaram algumas iniciativas no sentido de criar políticas específicas para os povos indígenas no ensino superior. Para os povos indígenas no Brasil foi a criação do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) em 2005 que impulsionou a criação de vários cursos para formação de professores indígenas nas Universidades Federais, levando alguns a criar Institutos e Faculdades indígenas. Porém, o que mais impulsionou a presença indígena nas universidades, nos cursos regulares, foi a Lei 12.711, de 2012, conhecida como lei de cotas.
Nos próximos anos a Unila vai poder contar com uma ampla diversidade de povos, porém é uma pequena mostra dos mais de 800 povos indígenas no continente. Seremos cada vez mais desafiados a pensar na interculturalidade a partir da vivência e de nossas práticas acadêmicas.
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