O Dia Internacional da Língua Materna, marcado este 21 de fevereiro, foi proclamado pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Unesco, há quase 20 anos.
A 16 de maio de 2007, a Assembleia Geral das Nações Unidas, por resolução, convocou os Estados-membros a “promover a preservação e proteção de todas as línguas usadas pelos povos do mundo”. O órgão proclamou 2008 como o Ano Internacional das Línguas, para promover a unidade na diversidade e compreensão internacional, através do multilinguismo e multiculturalismo.
Línguas Indígenas – Uma vez que 2019 é o Ano Internacional das Línguas Indígenas, o tema do Dia Internacional da Língua Materna é “As línguas indígenas como fator de desenvolvimento, paz e reconciliação.”
Segundo a ONU, os povos indígenas somam cerca de 370 milhões de pessoas e os seus idiomas constituem a maioria das aproximadamente 7 mil línguas vivas.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, destaca que “muitos povos indígenas continuam a sofrer com a marginalização, a discriminação e a pobreza extrema, e são vítimas de violações dos direitos humanos”. Por isso, a representante convida “todos os Estados-membros da Unesco, parceiros e agentes da educação a reconhecer e fazer valer os direitos dos povos indígenas.”
Para a agência da ONU, esta data pretende aumentar a consciência sobre questões linguísticas e mobilizar parceiros e recursos para apoiar a implementação de estratégias e políticas em favor da diversidade linguística e do multilinguismo em todas as partes do mundo.
Ameaças – Para a Unesco, esta data pretende aumentar a consciencialização sobre questões linguísticas e mobilizar parceiros e recursos para apoiar a implementação de estratégias e políticas em favor da diversidade linguística.
O Ano Internacional das Línguas chegou num momento em que a diversidade linguística está cada vez mais ameaçada, segundo a ONU. A linguagem é fundamental para a comunicação de todos os tipos, e é a comunicação que possibilita a mudança e o desenvolvimento na sociedade humana.
No entanto, devido aos processos de globalização, vários idiomas estão cada vez mais ameaçados. De acordo com a Unesco, pelo menos 43% das línguas faladas no mundo estão nessa situação.
A agência destaca que apenas algumas centenas de línguas receberam um lugar genuíno nos sistemas educacionais e no domínio público, e menos de 100 são usadas no mundo digital. A cada duas semanas uma língua desaparece levando consigo toda uma herança cultural e intelectual. Globalmente, 40% da população não tem acesso a uma educação numa língua que fala ou compreende.
Importância – A Unesco considera que existe hoje uma consciência crescente de que as línguas desempenham um papel vital no desenvolvimento, na garantia da diversidade cultural e do diálogo intercultural. Por outro lado, são também fundamentais no fortalecimento da cooperação e da educação de qualidade para todos, na construção de sociedades do conhecimento inclusivas, na preservação do patrimônio cultural e na mobilização política.
As línguas, com suas implicações complexas para identidade, comunicação, integração social, educação e desenvolvimento, são de importância estratégica para as pessoas e o planeta.
Português – Falada em um pouco por todo o mundo, o português é uma das línguas mais utilizadas enquanto língua materna em países como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste onde o idioma tem estatuto de língua oficial.
O português também é falado em Macau e em muitas comunidades da diáspora dos países lusófonos no mundo, sendo um dos idiomas mais falados do mundo, usado por mais de 250 milhões de pessoas.
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