É preciso democratizar a palavra, dessacralizar a literatura. Sagrado não é quem escreve sagrado é quem lê.
Sou um poema que o destino incumbiu de ser feliz dizem que sou filho de Ogum, guerreiro que transforma em batalhas o silêncio de quem não diz.Sou um poema sem nome algum a espada de cortes profundos na anca dura da solidão.Sou a dor, que causa medo no mundo a navalha que enferruja as fendas escuras do seu coração.Da fina pele do corpo teço armaduras que visto pra ser visto, na noite escura, por todos irmãos que não são meus.Sou um poema de horizontes, não derrapo nas curvas, na vertical. Sou o suor e o sangue que te reanima o veneno pra te livrar do mal.Sou a chuva que se liberta das nuvens a tempestade que enfurece o mar sou o amargo na boca da uva e doce vinho no seu caminhar.Sou o tudo e o nada na anti-frequência do pensamento Espaço e tempo Dentro e fora na mesma sintonia.Sou surdo e mudo no tom da dura sinfonia que fora do ar sem ritmo, dança, mas não entende a poesia.
Por conta da timidez aprendi a beijar com os olhos.
Tem palavras que chegam como um abraço. E tem abraços que não precisam de palavras…
________________________Sergio Vaz, poeta brasileiro
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.