Em uso há dois séculos, a bicicleta foi alçada a ter um dia mundial pela ONU em 2018, por ser um meio de transporte sustentável, simples, acessível, confiável, limpo e ambientalmente adequado, que promove a saúde pública e também a de cada indivíduos que a utiliza com regularidade. O dia escolhido foi 3 de junho para se comemorar as ‘bici” e “bikes”.A bicicleta foi agraciada a ter tal data por ser, sim, um objeto, mas com enorme capacidade de promover o desenvolvimento sustentável, fortalecer a educação, inclusive a educação física, especialmente para crianças e jovens, promover saúde, prevenir doenças, promover a tolerância, compreender e respeitar o espaço de cada um e facilitar a inclusão social. A cultura de paz e da vida.
A bicicleta do barão alemão Karl von Drais, de 1817, é considerada a pioneira. Ele a batizou de “máquina corredora” (laufmaschine em alemão) e a imprensa a chamou de Draisine ou velocípede. Era feita de madeira e funcionava com o impulso dos pés. O objetivo de Von Drais era oferecer um meio de transporte mais barato e fácil de manter que os cavalos. O invento ganhou certa notoriedade, aponto de o poeta John Keats tê-lo chamado de “o nada do momento”, segundo o The New York Times.
A bicicleta fabricada por MacMillan em 1839. (Science & Society Picture Library)
A invenção da bicicleta de pedais é atribuída ao ferreiro escocês Kirkpatrick MacMillan, em 1839, apesar de seu modelo ter começado a ser fabricado pelo inglês Thomas McCall, 30 anos depois. Alguns historiadores duvidam que o invento possa ser creditado a MacMillan: não restam nem esboços nem modelos anteriores aos de McCall.
Nos anos 1860, ficou popular o modelo vendido como velocípede, mas chamado bone shaker (“agita ossos”), por causa do que ocorria quando circulava por ruas de paralelepípedos. Os pedais ficavam na roda dianteira. Apesar de ser possível a existência de modelos anteriores, o fabricante de carrinhos de bebê Pierre Lallement foi o primeiro a patentear a bicicleta com pedais.
Em 1870, começa a ser produzida a bicicleta de roda alta, sendo um dos modelos mais conhecidos (e caros) a Ariel, de James Starley. Apesar de agora soar estranho, essas bicicletas era mais cômodas do que suas predecessoras, mas sua popularidade foi limitada porque “precisavam de um acrobata” para conduzi-las, segundo o site Ibike. Trata-se da primeira bicicleta totalmente fabricada em metal, graças aos avanços da metalurgia para produzir peças leves e pequenas. As rodas eram cada vez maiores porque permitiam que se avançasse mais a cada pedalada. De fato, alguns modelos atingiam 40 quilômetros por hora. Como a segurança era um problema, também foram fabricados modelos com três ou quatro rodas.
A partir da década de 1880, surgem as chamadas “bicicletas de segurança”, exatamente porque diminuíam o risco de quedas em relação aos modelos anteriores. A primeira foi a Rover, obra do engenheiro J. K. Starkley. São bicicletas muito parecidas com as atuais, com duas rodas do mesmo tamanho e o quadro em forma de diamante. Em 1888, John Dunlop acrescentou as rodas com pneus, tornando os trajetos mais cômodos. E em 1889, o norte-americano Isaac R. Johnson patenteia a primeira bicicleta dobrável.
Os automóveis começam a ganhar espaço a partir dos anos 1920 e os fabricantes de bicicletas se dirigem a um novo público: as crianças. Segundo o Ibike, os modelos passam a ser cada vez mais ostentosos e chamativos, incluindo, na década de 1950, elementos de design que lembravam aviões e foguetes.
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