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Chamado da alma. Sou da tribo do ventoTenho alma selvagemMinha mente é imensidãoComo um céu em tempestadeAs sombras da noite me acolhemProtegem os segredos mais ocultosNão intento revelar ou decifrá-losEles sussurram, apelam e gritamOutras vezes choram às escondidas
É pesado o fardo que carregoMeu caminhar pelo mundo se torna lentoAo largo do caminho acompanha meu prantoRepouso em seu coloRessonando com o sonho das liberdadesO bater das asas, por vezes parece leveEm outros perco as esperançasNão me encaixo em nada
Assim eu sigo, porque tu nunca vais me abandonarTudo faz parte do meu ser: as dúvidas, os medos, a coragem, o choro, os lamentos, os sonhos, as tempestades, o amor, as paixões…Todos são filhos do meu ventreLigados em mimPelo cordão umbilicalFaz parte do meu serÉs minha maleta onde carrego meus sonhos, meus rezo, meus cansaços
A loucura que envaideceO silencio muitas vezes é provaçãoPrivação d’a alma, é um pedaço de pão no cárcere escuroPassado e futuro são calafrios na minha almaEntão o sol despontou no horizonteA luz invade todos os cantosPor um instante acreditei e fiz festaMeus olhos se encheram alegria e pazA brisa bateu suave no rosto
Meu pensamento viajaQue o chamado da alma ouvidoPlantar a semente do amorColher jantares e sobremesas, acordos de paz, infernos astrais e positividadesA perfeição e o imperfeito andam lado a lado, são falhas e acertosTodo Ser carrega em si o seu fardo, de alegrias, sorrisos, trapalhadas, choros e desesperosDeixa! Deixa sua alma falar
________________________________Observação: O poema foi publicado originalmente na revista Escrita 42, em 2016. Revisitado e atualizado pela autora em 2019.
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