Após apresentar a ancestralidade ameríndia por meio do som para países de todos os continentes, a Orquesta de Instrumentos Autóctonos y Nuevas Tecnologías chega pela primeira vez ao Brasil. Aliando tradição e tecnologia, o projeto, fundado em 2004, é resultado de um intenso trabalho de pesquisa histórico-musical realizado na Universidade Nacional de Tres de Febrero (UNTREF), na Argentina. O grupo conta a história da América Latina na voz dos povos originários – ou melhor, através dos sons. O concerto é considerado um museu vivo pela crítica especializada.
O espetáculo visa representar as simbologias e as mitologias da cultura americana através de instrumentos autóctones – próprios e originários de uma região, como o ehecatl maia, o pututu inca e o teponaztli e o huehuetl astecas. O grupo evidencia a pluralidade cultural inclusive em sua formação, já que conta com integrantes de diferentes nacionalidades, vindos do Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Venezuela. Assim, contemplando a sensibilidade, a espiritualidade e a emocionalidade de todo um continente, a Orquestra percorre desde a música popular de América até a música electroacústica contemporânea.“Assistir a orquestra de instrumentos autóctones e novas tecnologias é proporcionar um encontro com a ancestralidade americana, é religar o que temos de mais atual e criativo aos conhecimentos e à memória que constituem nuestra América, que também é indígena e popular”, revela a pesquisadora em cultura indígena, Maria Aparecida Bergamaschi, sobre a experiência.
A Orquestra de Instrumentos Autóctones e Novas Tecnologias foi fundada em 2004, na UNTREF, pelas mãos de Alejandro Iglesias Rossi e Susana Ferreres, diretor e vice-diretora da Escola de Criação Musical, Novas Tecnologias e Artes Tradicionais. Se trata de uma proposta interdisciplinar que atravessa a investigação e composição musical. O projeto conta com a participação de docentes e alunos da Escola e das licenciaturas em Artes Eletrônicas e em Música, que, em suas performances, tocam desde a música popular de América até a música electroacústica contemporânea.
______________________________Marina Carvalho / Difusão Cultural UFGRS
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