Neste sábado, durante a concentração da Marcha das Mulheres, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro estará expondo pela primeira vez a coleção “Vozes da Fronteira – Linguagens Artísticas das Mulheres da Região Trinacional – 1 edição”, que reúne trabalhos de 33 mulheres da fronteira. A linha editorial da revista, produzida de forma colaborativa pela Associação Guatá, em todas suas 55 edições, deu ênfase ao protagonismo femininio, colocando destaque para a expressão literária e artística das mulheres da região.Nesta primeira edição da iniciativa, dezenas de trabalhos foram selecionados, juntando sotaques e linguagens bem distintas entre si, mas com o compromisso comum de romper o véu que sutilmente impõem invisibilidade e separa de nossos olhos a expressão literária e artística das mulheres sobre as suas lutas e o cotidiano. São poemas, textos, ilustrações e fotografias publicados em diversas edições da revista Escrita assinados por brasileiras, paraguaias, argentinas e uruguaias. O coletivo feminista Ana Montenegro entende que a invisibilidade imposta historicamente às mulheres também tem reflexo na valorização da produção intelectual delas, e defende que uma das frentes de luta pela emancipação feminina seja a de construir canais onde a valorização autoral feminina contribua para a transformação social, questionando a opressão e a discriminação de gênero e de classe.
“A exposição “Vozes da Fronteira: linguagens artísticas de mulheres da região trinacional” reúne expressões artísticas de mulheres em seu cotidiano. Todas as obras foram publicadas originalmente em edições da Revista Escrita, editada em Foz do Iguaçu. Esta pequena amostra, resultado do trabalho em conjunto do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro e da Associação Guatá, tem como princípio valorizar e compartilhar a poesia que reflete das múltiplas experiências de vida e formas de enxergar o mundo.A invisibilidade imposta historicamente a nós mulheres é reflexo de uma sociedade de classes, patriarcal e machista que, explora nossa força de trabalho, subalterniza nossos corpos, subjetividades e aplica múltiplas formas de violência a toda nossa existência. A dificuldade em encontrar espaços para a valorização de nossa produção intelectual também é resultado de tais determinações históricas. Defendemos que ao valorizarmos nossas vozes no espaço do mundo que habitamos, estamos exercendo o nosso direito político à transformação social que buscamos. E assim, para ampliar o convite, parafraseando a escritora Marília Moscovich, dizemos: “Poetas de gaveta e cantores de chuveiro do mundo: uni-vos!”Manifesto assinado pelo Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
_______________________________Guatá
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