Ponte da Amizade unindo Brasil e Paraguai. (foto: Marcos Labanca)
Ela é símbolo de amizade. Diariamente se transforma em passarela para gente de todas as cores, sotaques e línguas. Gente que quer ganhar o pão, encontrar pessoas, dividir alegrias e dissabores. Hoje, ao completar 55 anos, amanheceu tranquila, sem o vaivém frenético daqueles que correm em busca de um sentido para o que chamamos de “vida”.
Inaugurada no dia 27 de março de 1965, a Ponte da Amizade, que une Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, ao longo da história, já foi palco de barricadas, greves, protestos e cenário de conflitos com bombas de gás lacrimogênio, do lado de lá e de cá. Hoje abre alas para o silêncio e para quem realmente precisa manter Brasil e Paraguai pulsando – caminhoneiros e ambulâncias. Pela primeira vez na história, o aniversário da Ponte da Amizade não tem o barulho das motos, dos carros e das pessoas.
A ponte nasceu das mãos de paraguaios e brasileiros e se tornou referência arquitetônica para a época. Ostentou o título de maior arco de concreto do mundo, com um vão-livre de 70 metros de altura para a passagem de navios. No pico da construção, em 1959, chegou a oportunizar emprego para mil pessoas; muitas delas paraguaias que vieram morar com a família no lado de cá e fazer história.
A estrutura fez crescer as relações comerciais entre Brasil e Paraguai, otimizou as trocas culturais e humanas, transformou Ciudad del Este no paraíso para sacoleiros brasileiros, mas também virou caminho da contravenção, do contrabando, do tráfico e de carros roubados. A Ponte da Amizade reflete a luz e as trevas que compõem o mosaico da vida humana.
Um vírus parou a ponte. Mas a ponte não parou sua missão.
À Ponte da Amizade, desejamos uma longa história, sempre selando a união de brasileiros, paraguaios e toda a população da fronteira trinacional.
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