Explosão deixou mortos e feridos, e devastou parte da capital libanesa (Foto: Agência Brasil/Reuters/Mohamad Azakir)
Há 25 dias no Líbano, para o seu casamento, o iguaçuense Mohamad Awali viveu uma experiência que jamais esquecerá, na tarde dessa terça-feira, 4. O cirurgião-dentista fazia compras em uma loja de roupas com familiares quando houve a explosão na área portuária de Beirute, a capital do país. Com ele estavam os pais, a irmã e dois primos que são brasileiros.
Ao H2FOZ, Mohamad relatou que todos seus familiares estão bem. Em vídeo para amigos e profissionais da imprensa, ele retratou o que sentiu no momento da explosão. “Aconteceu meio que um terremoto. O chão mexeu, a terra tremeu inteira. A gente começou a se olhar e a se perguntar se todos tinham sentido aquilo”, descreve.
Com a destruição, narra, estilhaços de vidraças e uma motocicleta foram lançados na direção em que ele e sua família estavam. “Veio uma onda intensa, um barulho imenso e o deslocamento de ar.
Parecia um tsunami. Um ou dois minutos depois veio o ‘terremoto’, e sensação foi a de que o chão havia afundado.”
Conforme Mohamad Awali, apenas sua mãe sofreu pequenos ferimentos na perna, sem a necessidade de atendimento médico. Ficou o trauma. “O medo continua em nossas cabeças. Quando saímos na rua, fica aquela dúvida sobre se vai ocorrer novamente uma explosão como a que testemunhamos”, conta o profissional liberal.
Quando ocorreram as explosões na área do porto, Mohamad e sua família se abaixaram. “Não sabíamos dizer se era o que estava acontecendo, se era um ataque, uma guerra”, rememora o iguaçuense. “Posso dizer que foi assustador o que presenciamos, a força, a dimensão e a densidade do ar, tudo se quebrando ao nosso redor”, pontua.
Área em Beirute impactada pelas explosões. Foto enviada por Mohamad Awali.
A parte capital libanesa atingida pela explosão ficou devastada. De acordo com agências internacionais, mais de cem pessoas morreram e milhares ficaram feridas, número que pode ser bem maior. Autoridades descrevem o cenário como “de guerra”. Conforme a Agência Brasil (ABr), o estrondo teve a potência equiparada a “um terremoto de magnitude 3.3”. “Foi pouco depois das 18h dessa terça-feira que uma enorme explosão – a segunda de duas – abalou a capital libanesa, acompanhada por outras menores”, reporta a ABr. As causas ainda não foram confirmadas, mas podem estar relacionadas a um armazém do porto que mantinha grande quantidade do produto químico nitrato de amônia.
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