Cely Farias e Zezita Matos no curta paraibano Remoinho, de Tiago A. Neves. (Foto: Divulgação/Cinema Instantâneo)
A 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 18 e 26 de setembro, de forma on-line por conta da pandemia de Covid-19, acaba de anunciar os curtas brasileiros selecionados e os homenageados com o Troféu Oscarito e o Troféu Eduardo Abelin.
Este ano, serão 14 títulos de oito estados e Distrito Federal escolhidos entre 428 inscritos: Rio de Janeiro com quatro filmes, São Paulo com três, e Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul, com um título cada. A Comissão de Seleção foi composta pela crítica de cinema, roteirista e jornalista cultural Lorenna Montenegro; pelo consultor, roteirista e diretor Frederico Pinto; pela diretora e roteirista Juliana Antunes; e pela roteirista, diretora e pesquisadora Rosa Miranda.
Sobre o panorama analisado e o trabalho de seleção, Juliana Antunes comenta: “Importante garantir a realização de um festival tão respeitado quanto o de Gramado. A transmissão pela televisão e por streaming alcança quem não iria ao festival e isso é muito importante para realizadores que terão o trabalho divulgado em um ano com tão pouca divulgação. Sobre a seleção, a Comissão pensou em uma cartela de filmes que incluísse mulheres, jovens diretoras e diretores, que fosse diversa, com temáticas e realizadores que fugissem da lógica capitalista e heteronormativa. Olhamos também para trás da tela, para um cinema não tão branco e masculino. Claro, analisando sempre o fazer cinematográfico”, avalia.
Os títulos concorrem em dez categorias e além do disputado kikito, o melhor filme recebe R$ 6.500,00 em dinheiro e os demais R$ 1.000,00 cada. Os curtas brasileiros serão exibidos na grade linear do Canal Brasil e ficarão disponíveis por 24 horas por streaming.
Além dos curtas, a organização do evento divulgou os primeiros homenageados deste ano: dois nomes que fazem história no cinema nacional. O Troféu Eduardo Abelin será entregue para a diretora Laís Bodanzky. Laís dirigiu filmes como o premiado Como Nossos Pais, que recebeu seis kikitos em 2017, e Bicho de Sete Cabeças, de 2000. Atualmente, é diretora-presidente da Spcine. Por mais de dez anos, Laís coordenou projetos sociais de audiovisual como o Tela Brasil, que promove exibição itinerante de filmes nacionais, um programa de educação audiovisual em várias comunidades pelo Brasil e o Tela BR, um curso de educação audiovisual a distância.
Este ano, o Troféu Oscarito, a mais tradicional honraria entregue pelo Festival de Gramado será concedida ao ator, produtor e diretor Marco Nanini. Imortalizado na cultura popular por seus trabalhos na televisão, no cinema e no teatro, Nanini debutou nas telas de cinema no mesmo ano da primeira edição do evento serrano, em 1973, com o longa-metragem As Moças Daquela Hora, de Paulo Porto. Antes, em 1969, já havia atuado em telenovelas e espetáculos teatrais. No currículo, quase uma centena de projetos ao longo dos últimos 50 anos. No ano passado, arrancou elogios da crítica nacional e internacional ao dar vida a personagem Pedro em Greta, do diretor Armando Praça. O filme foi exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim e teve sua estreia nacional no Cine Ceará, no qual foi premiado em três categorias, entre elas, melhor ator para Nanini.
Vale lembrar que o 48º Festival de Cinema de Gramado não será presencial. A programação, em formato multiplataforma, será transmitida pela grade linear do Canal Brasil e, também, pelo serviço de streaming. Cada categoria com suas peculiaridades que serão detalhadas quando a programação for divulgada.
Atordoado, Eu Permaneço Atento, de Henrique Amud e Lucas H. Rossi dos Santos (RJ) Blackout, de Rossandra Leone (RJ) Dominique, de Tatiana Issa e Guto Barra (RJ) Extratos, de Sinai Sganzerla (SP) Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE) Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé, de Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra (RJ) O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader (AM) 4 Bilhões de Infinitos, de Marco A. Pereira (MG) Receita de Caranguejo, de Issis Valenzuela (SP) Remoinho, de Tiago A. Neves (PB) Subsolo, de Erica Maradona e Otto Guerra (RS) Trincheira, de Paulo Silver (AL) Você tem olhos tristes, de Diogo Leite (SP) Wander Vi, de Augusto Borges e Nathalya Brum (DF)
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