Tocaram na Orquestra. Quem ela tocou? Quem a sequestrou? Vibraram as Cordas. Quem elas acordaram? O que sacudiram? Tremularam os acordados? Ressoou o Batuque. O que bateu? Quem sonhou? Alguém dormiu? A Guitarra estremeceu. O que ela gritarreou? O luthier reparou? O baixo diminuiu. O baixo caiu? Quem o derrubou? Quem seria contra o baixo? O acordeon desbotou. Quem o pintou? O que o ofuscou? Violaram o Violão. Alguém viu? O Violino voou. Quem deu asas? O violoncelo silenciou. Quem o selou? A Flauta desafinou. A falta faz o flerte? Os Pan notaram? A Bateria sumiu. A descarregaram onde? Bateram nela? O prato tiniu. Porque derrubaram o prato? O prato partiu? Esbanjaram o banjo. Quem o esgotou? Alguém o bajulou? O Cavaco sumiu. Quem o enterrou? Quem vai procurar? Desprenderam-se as teclas do Piano. Quem as libertou? Quem as aprisionou? Sopraram os Saxofone? Para onde foi o sopro? Caiu sobre o pano? Ou foi saqueado? Amplificaram O Som. Quem estendeu? O que delatou? Alguém entendeu? Na caixa, na Mesa, no Palco, no Chão. O que tem na caixa? Quem Subiu? Alguém caiu? Na Rua de salto e na Estrada de rodas. Quem andou? Alguém acelerou? O que perdeu? O que procuras? Pedais, Dedais, Afinadores. Alguém pedalou? Quem denunciou? O desafinado definhou? Aonde foi a Filarmônica? Perdeu-se na fila da canônica? Quem montou a banda? Alguém das bandas de lá! Cadê o compositor? Está na banda de cá! Cadê o cantor? Está no canto doeu! Cordas, sopros e toques são sons. São vozes de nós amarrados e de nós retorcidos. Acorde os adormecidos. Ache os perdidos. Alinhe os caídos. Afine os desafinados. Pare os apressados e aparece os atrasados. Traga os aqui, já! Quero compasso, métrica e sincronia! O espetáculo precisa ser tocado e ouvido. A representação precisa apresentar e presentear. Que o show comece e recomece! E, que nunca termine…
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