O turista negro como protagonista de escolhas, narrativas e relevâncias. (Foto: divulgação)
Todos os anos são realizados dezenas de eventos e congressos de turismo pelo Brasil. Muitos palestrantes, especialistas e profissionais do setor se revezam em debates, palestras e seminários em busca de enriquecer a discussão sobre setor. Porém, quantos pretos e pretas têm voz nesses eventos? Quando a questão racial e suas demandas no turismo são abordadas de maneira real e com pessoas que sabem do que estão falando?
Foi em resposta a essa invisibilidade que a publicitária e escritora Manoela Ramos e o consultor de viagem e digital influencer Nícolas Guerra criaram o I Congresso Nacional de Viajantes Pretos do Brasil – “O Mundo é Nosso”, que ficará disponível online a partir do dia 20 de novembro.
“Geralmente, ouvimos falar que não existem tantos viajantes pretos pelo mundo. Em resposta a estes comentários, reunimos uma comunidade de palestrantes de diferentes regiões do país, que viajam e mostram que estamos sim presentes”, explica a publicitária.
Os 24 convidados, que juntos somam mais de 150 mil seguidores das redes sociais, vão abordar em quatro painéis temas como o racismo, as dificuldades de adaptação, possibilidades profissionais e questões da comunidade LGBTQIA+ partindo do ponto de vista de pessoas pretas.
“Estamos desenvolvendo nosso próprio espaço como forma de resistência ao racismo velado que se manifesta em tudo, até nos congressos de viagens, contribuindo para o apagamento de nossas histórias. Queremos mostrar a pluralidade e a riqueza de conhecimento de nossas viagens e incentivar outros como nós a ocupar seu lugar no mundo”, diz Nícolas Guerra.
Os interessados em participar podem aproveitar o valor de pré-venda (R$53) até o dia do lançamento do evento. Depois do dia 20 de novembro o valor será de R$88, e o material ficará disponível para os inscritos por 10 meses.
“Nosso congresso surge não como mais um, mas como o primeiro e único no segmento que tem o protagonismo negro. Com ele, esperamos mostrar que somos muitos e que nossas narrativas têm relevância e valor”, completa Manoela.
Painel 1 – Pessoas pretas também viajam
Rebecca Alethéia (@rebeccalethei) – Por que uma rede de mulheres pretas viajantes? Guilherme Soares (@guianegro) – A importância de fazer um turismo afrocentrado. Leandro Gonçalves (@pretoviajante) – Eu, homem preto, posso viajar. Dandara Rosa (@dandarix)- O mundo é a minha província. Mario Junior (@mariojuniortravel)- Não precisa ser rico para viajar Pâmela Rocha (@roletdapam)- Mulher viajando sozinha
Painel 2 – Viagem é resistência
Thiago Dias (@bichapretapelomundo) – Perspectiva de um preto gay viajando Fabio Mukanya (@fabio_mukanya_simoes) – África sonora; viagem como resgate da cultura africana Kerolayne Kemblim (@dacordobarro) – Viajar como forma de resistência artística Marcelo (@faveladospelomundo) – Favelados pelo mundo Fred Silva (@orastapelomundo) – Um rasta pelo mundo Stéfany Maia (@stefanymaia) – Viajante e atriz, de minas para o mundo.
Painel 3 – Viagem como reconexão
Moysés (@negopelomundo) – Descobrindo minha ancestralidade Nicolas (@mochilek) – Viagem como reconexão com a negritude Dayanne Bernardo (@viajecomday_) – viagem como reconexão com a natureza Manoela (@escritoraviajante) – Viagem como reconexão comigo mesma Janah e Maria (@maeefilhatrips)Viagem como reconexão com a família Gabriela Palma(@soumaiscarioca) – Turismo afrocentrado como reconexão
Painel 4 – O Mundo é Nosso
Ingrid Ellen (@africa.fora.da_midia)- Perspectivas de uma baiana em Moçambique Lola Cirino (@lolacirino)- Preta fazendo intercâmbio Sophia Costa (@whoisophia)- Nomadismo digital e o mundo como casa Joana Silva (@registrosdajo)- O que eu aprendi viajando e morando na China? Paula Augot (nomundodapaula)- 51 países visitados Joaquim Costa (@viaja_preto)- Um pernambucano pelo o mundo
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