Realizando sua segunda edição, o Festival Frente Feminina (FFF) abre inscrições gratuitas até 24 de janeiro para a Residência Artística EnCena Preta: afetividades, ancestralidades e brasilidades em narrativas performáticas. A residência será realizada virtualmente, de 8 a 22 de fevereiro, com patrocínio do Programa Pontes, uma parceria do Oi Futuro e British Council que promove conexões e trocas com artistas do Reino Unido.
As inscrições gratuitas estão abertas até 24 de janeiro no site do Festival Frente Feminina. Podem se inscrever artistas negras, cis ou transexuais, a partir de 18 anos, do teatro, performance, dança, música, audiovisual, circo, palhaçaria ou linguagens correlatas às artes performativas. Na residência haverá tradução simultânea para o português.
O resultado editado e finalizado de cada uma das artistas vai integrar a programação do 2º FFF, que acontecerá em quatro finais de semana de março (dias 6, 7, 13, 14, 20, 21, 27 e 28), mês de celebração da luta pelos direitos das mulheres.
“Nosso festival ganhou este presente este ano. O Oi Futuro e o British Council vão proporcionar uma edição muito mais potente e ampliada. Vamos fazer uma conexão do Brasil com a Inglaterra, unindo 20 mulheres negras de todo o país com a artista britânica Marissa Lestrade, que tem um trabalho engajado com meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade na África”, celebra Larissa Mauro, curadora da Encena Preta com as atrizes Mariana Nunes e Shirley Cruz.
Idealizado por Larissa e pelas artistas brasilienses Anna Marques e Catarina Accioly como um festival voltado para mulheres artistas de Brasília, este ano o FFF assume como conceito temático o Afrofuturismo, que dialoga com a ideia do corpo negro no futuro. “Nesta edição, queremos celebrar os corpos e vozes das artistas negras do nosso país. Isto ajuda a resgatar a ancestralidade africana dessas artistas relacionando com o que significa ser artista negra no Brasil”, define Larissa.
A 1ª edição contou com seis dias de programação de espetáculos dirigidos e protagonizados somente por mulheres brasilienses, além de uma ficha técnica quase 80% feminina. Desta vez, serão escolhidas 10 artistas de Brasília e mais 10 de outros estados do Brasil. “Será um desafio realizar essa edição virtual, mas estamos otimistas pelo alcance que a internet pode proporcionar. Esta edição vai celebrar o (re)encontro de mulheres negras geograficamente distanciadas pela diáspora – e, agora, pela pandemia”, reflete.
Além disso, acrescenta, “queremos que essas 20 artistas possam representar a pluralidade e diversidade da artista negra brasileira. Por isso, estamos chamando artistas de comunidades urbanas e rurais. Queremos chegar às artistas das periferias, favelas, povos de terreiro, da floresta, comunidades quilombolas, assentadas da reforma agrária, em diferentes estados. Queremos mostrar a potência da cena artística negra do nosso país pelo olhar da mulher”.
Marissa Lestrade é dramaturga, diretora de teatro e audiovisual e facilitadora de metodologia de levantamento de conteúdo autoral para empoderamento de meninas e mulheres advindas de áreas de vulnerabilidade.
Desenvolveu e escreveu variadas séries de drama televisivo para Netflix, Channel 4, Fox e BBC, mas está mais orgulhosa de seu trabalho com ONGs internacionais que desenvolvem e escrevem drama que capacita mulheres e meninas. Ela passou sete anos trabalhando no projeto Girl Effect, na Etiópia, para desenvolver, escrever e dirigir oito séries do drama de rádio “Yegna”. Essa obra foi consumida por 8,5 milhões de pessoas e ganhou prêmios de Melhor Drama.
Marissa trabalhou em papéis semelhantes com a Purposeful Productions na Serra Leoa, Good Business no Botswana e em Gana e, com o aporte do British Council, na Tanzânia. Trabalhou com atrizes/atores escritores e jovens para criar histórias que ampliam vozes autênticas e realistas, a fim de capacitar, inspirar e transformar a vida de mulheres e meninas.
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