O Pavilhão Mourisco, mais conhecido pela população como “Castelo Fiocruz”, é uma referência para quem passa pela Avenida Brasil, chegando ou saindo da cidade, indo ou voltando do trabalho. “Um castelo no meio da floresta”, dizem alguns. “Uma lembrança da infância”, destacam outros. Ícone no imaginário carioca, o edifício é, também, um símbolo da ciência brasileira.
Nem todo mundo sabe, porém, que esse castelo guarda muitos tesouros. Mosaicos inspirados em tapeçaria árabe. Livros, fotos, documentos e objetos históricos. Coleções entomológicas que expõem insetos de várias regiões do Brasil. Detalhes arquitetônicos que, além de raros, testemunharam o nascimento e o desenvolvimento da saúde pública brasileira. Pois já é possível, mesmo a quem nunca pisou no Rio de Janeiro, fazer uma visita completa ao Castelo Mourisco. Tudo graças ao Tour 360, um passeio virtual desenvolvido pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), em parceria com outras áreas da Fiocruz, como a Presidência, a Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico (Cogeplan), Bio-Manguinhos e Casa de Oswaldo Cruz (COC).
Produto web que pode ser acessado em computadores, tablets e celulares, a visita virtual ao Castelo Mourisco é repleta de surpresas. À medida que avança pelas escadarias e corredores da edificação, os internautas encontram ícones que abrem janelas com informações históricas, curiosidades e a descrição de detalhes arquitetônicos. Além disso, podem acessar as exposições, de forma similar ao que já é feito em ambientes virtuais de museus ao redor do mundo.
O responsável técnico pela criação do Tour 360 é Leonardo Oliveira, analista de sistemas do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde (CTIC), do Instituto. Aficcionado por tecnologia, ele conta que sempre caminhou pelo campus de Manguinhos imaginando como poderia reproduzir, para o público online, as surpresas dessa caminhada. Queria fazer algo parecido aos tours virtuais de museus como o Louvre, na França, o de História Natural, nos Estados Unidos, o de Oscar Niemeyer, em Curitiba, o Museu Casa de Portinari, em São Paulo. O Castelo Mourisco já é aberto à visitação pública, e integra o roteiro de visitas guiadas que a Fiocruz oferece à população, de forma gratuita. O passeio virtual, porém, leva a um público ainda maior as belezas e histórias da construção. “O tour é um convite para que pessoas do Brasil e até do exterior conheçam melhor a história da Fiocruz. E uma forma, também, de aproximar ainda mais a população”, afirma o analista.
Construído entre 1905 e 1918, o Castelo da Fiocruz é um símbolo da ciência e da saúde nacionais. O “Palácio das Ciências”, imaginado por Oswaldo Cruz para ser a sede da instituição que receberia seu nome, foi criado à imagem do Instituto Pasteur, de Paris, reunindo a produção de vacinas e remédios, a pesquisa científica e demais atividades ligadas à saúde pública.
Localizado às margens da Avenida Brasil, a construção também é conhecida como Pavilhão Mourisco ou Castelo Mourisco, por sua arquitetura em estilo neomourisco, adornada pela beleza dos azulejos portugueses e mosaicos inspirados em tapeçaria árabe. O castelo foi projetado pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1981.
Hoje o edifício, que mantém funções administrativas, está aberto à visita da população e abriga salas de exposição e a Biblioteca de Obras Raras, integrando o circuito de visitação oferecido pelo Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).
Por sua importância história, cultural e científica, o Castelo Fiocruz é candidato à Patrimônio Cultural da Humanidade. Nesta área do Portal Fiocruz, é possível realizar um passeio virtual pelas instalações do castelo e ter acesso a diversos conteúdos relacionados à edificação histórica.
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