Internada no Albert Einstein, em São Paulo, desde abril, faleceu a grande atriz Eva Wilma aos 87 anos, no sábado, 15 de maio. A veterana da televisão brasileira passava por problemas renais e cardíacos, complicações de um câncer, sendo mantida na UTI. Wilma também havia sido internada no mês de janeiro após sofrer com uma pneumonia. Recebeu alta em fevereiro após 21 dias de internação.
A atriz que se tornaria famosa por grandes papeis em novelas como A Viagem, Guerra dos Sexos, Sassaricando, Anos Rebeldes e O Rei do Gado, nasceu em 1933. Aos 14 anos, era bailarina e quando chegou na casa dos 20 esteve diante de propostas para brilhar no universo do teatro.
Eva Wilma Riefle Buckup mostrou todo seu talento pela primeira vez na televisão ao trabalhar em Alô, Doçura, série em que protagonizou ao longo de 10 anos.
Com o talento indiscutível apresentado em grandes novelas brasileiras, foi o amor pela atuação que cravou a atriz em um dos momentos mais marcantes da história brasileira: uma greve contra a censura durante a ditadura militar brasileira.
Em 1968, as atrizes Eva Todor, Tônia Carreiro, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Cacilda Becker (Foto: reprodução twitter)
A grande atriz, que faleceu na noite do sábado (15), relembrou o importante episódio durante entrevista no ano de 2018: ‘Uma experiência muito interessante’.
O episódio ocorreu em 1968. O momento exato em que eternizou Wilma, num período marcado pela censura, ela apareceu de mãos dadas com Eva Todor, Tônia Carrero, Leila Diniz, Odete Lara, Cacilda Becker e Norma Bengell. O cordão que caminhava junto a multidão protestava no Centro do Rio de Janeiro contra a ditadura instaurada em 1964.
Wilma relembrou o episódio no ano de 2018, ao lamentar a morte de Tônia Carrero no extinto Vídeo Show, da Rede Globo. A atriz explicou que o momento foi marcado pela paralisação de todos os teatros localizados em São Paulo.
“Nós tivemos uma experiência muito interessante que às vezes o público desconhece. É uma foto famosa, emblemática, de um momento difícil para a cultura no país. Era uma mobilização contra a censura e pela cultura. Os teatros todos de São Paulo pararam, uma greve. A mobilização foi combinada de ser feita nos teatros municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Três dias e três noites ininterruptos. A gente se revezava”, disse Eva na época.
Durante a participação no programa, Wilma também explicou que o episódio da greve resultou na presença das atrizes na passeata, em frente à multidão.
“E o encerramento desses três dias e três noites comandados por pessoas tão brilhantes como Dias Gomes como Flávio Rangel…Eles combinaram que nós atrizes iríamos puxando todo mundo de mãos dadas na frente. E lá fomos nós, uma fila muito bonita de atrizes de mãos dadas”, explicou a artista.
De Aventuras na História
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