Neste sábado, 14, a partir das 16 horas, será realizado o seminário online “Experiencias con la Oralidad”, que terá como destaque a participação de Carmen Escalante, professora doutora da Universidade Nacional San Abad de Cusco, Peru. Antropóloga e historiadora, Escalante pesquisa a Cultura a partir da compilação de histórias de vidas de camponeses andinos monolíngues, falantes das línguas quechua e aymara.
Totalmente online e gratuito, aberto à da comunidade não acadêmica, o evento está com inscrições abertas, item obrigatório para a participação. Para se inscrever, acesse, aqui.
O seminário é o primeiro de três que acontecerão em sequência durante o mês de agosto e que são parte do projeto de extensão “Diversidade de Culturas na Unila”. Ele é desenvolvido pelo Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História daquela instituição e coordenado pela professora doutora Giane Lessa.
O público alvo principal do programa são estudantes da Unila cujas famílias são indígenas, camponesas, afro-americanas, africanas e mestiças. E a sua finalidade valorizar a diversidade linguística que povoa a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, em Foz do Iguaçu, assim como garantir o registro de suas origens.
Para tanto, explica Lessa, a estratégia é “compilar as memórias orais a partir dos estudantes, resgatar mitos, fábulas, lendas em suas línguas maternas, transcrevê-las e traduzi-las para o português ou para o espanhol. Depois, o desenvolvimento do trabalho será através dos estudantes da Unila inscritos. Eles farão contato com seus familiares – pais, avós, tios – para gravá-los.”
A ideia é a de publicar um livro representativo com essas narrativas e o resultado dos três seminários, explica a coordenadora. “Pretendemos colocar em evidência saberes e conhecimentos provenientes da oralidade por meio da elaboração de um arquivo geral digitalizado. Um banco de arquivos em audiovisual. Um livro digital com narrativas em várias línguas faladas na América Latina.”
Na proposição do programa “Diversidades de Culturas”, seus organizadores o justificam argumentando que “a diversidade cultural étnica e social da UNILA ainda é pouco percebida e compreendida por todos os seus membros e, mais ainda, pela comunidade brasileira. Estudantes e professores provenientes de distintos países e regiões, não só da América do Sul, mas praticamente de todos os continentes, constituem um espaço institucional privilegiado onde é possível compartilhar culturas, sentimentos e conhecimentos e memórias.”
Pretende-se que ao recolher relatos dos estudantes, “elementos mais profundos de suas identidades e memórias emerjam nesse novo contexto. Pensamos, especificamente, nos estudantes cujas famílias são indígenas, camponesas, afro-americanas, africanas e mestiças. Aquelas memórias que se expressam nos mitos, rituais, contos, histórias transmitidas pela oralidade e relatadas de maneiras distintas em suas comunidades e famílias de origem.”
“A ideia é a de registrar, publicar para preservar e difundir narrativas que formam parte da memória da instituição. O objetivo central deste projeto consiste, portanto, na recepção e no acolhimento dessas identidades e memórias para compartilhá-las dentro da própria universidade e, num segundo e terceiro momentos, com a comunidade nacional e internacional, como corresponde a uma universidade com essas características.”
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