A população de Foz do Iguaçu já tem mais um instrumento valioso na luta contra a covid-19. Por meio de informações repassadas com uma linguagem simples e atraente, a cartilha “Monitora Covid-19 Itaipu-Foz do Iguaçu”, lançada no último dia 22, vai mostrar como o monitoramento do esgoto pode ajudar a identificar e combater o coronavírus na cidade.
Tanto o monitoramento dos efluentes quanto a cartilha são resultados de uma parceria entre a Itaipu Binacional, Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila), Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Vigilância Epidemiológica da Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu e Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC).
A cartilha está disponível para download no site https://www.pti.org.br/projetomonitoracovid19/. Também é possível baixar cartazes para impressão e divulgação, além de imagens para compartilhar nas redes sociais. Além disso, posteriormente serão distribuídos três mil exemplares impressos em escolas, clínicas e hospitais.
Além de trazer informações básicas sobre o vírus, a cartilha tem como objetivo auxiliar a população no entendimento de como é o processo do monitoramento do vírus no esgoto e qual a importância deste tipo de monitoramento. “É uma iniciativa que consegue comunicar, com sucesso, uma temática complexa, de forma que todos possam compreender as informações advindas do projeto, divulgadas por meio dos boletins semanais no site da Prefeitura”, avaliou Ariel Scheffer da Silva, superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, que representou no lançamento o diretor de Coordenação da binacional, general Luiz Felipe Carbonell.
Segundo a diretora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Foz do Iguaçu, Carmensita Gaievski Bom, os dados de monitoramento no esgoto começaram a ser divulgados no boletim municipal [https://www.amn.foz.br/posts/?ct=Boletim] desde a última quarta-feira (22). “Eles trarão esses indicadores que permitem verificar o avanço ou a queda da carga viral em Foz do Iguaçu”, disse ela. “É uma iniciativa de transparência, que pode e deve ser replicada em outras cidades do País”.
Rafael Deitos, diretor técnico do PTI, também compartilha da opinião de que o projeto merece ser expandido. “O monitoramento precoce, que encerra mais uma etapa agora, com o lançamento da cartilha, é um exemplo perfeito de uma iniciativa que surgiu na academia, virou realidade e vai impactar a vida das pessoas”, resumiu.
“Temos que agradecer instituições como a Itaipu, que têm a sensibilidade de acreditar nessas iniciativas e investir em pesquisas”, disse o diretor do HMCC, Fernando Cossa. O professor Cristian Antonio Rojas, representando as Universidades parceiras do projeto (Unila e Universidade Federal do ABC – UFABC), também agradeceu e lembrou que o projeto ainda continua, buscando cada vez mais aperfeiçoamento nas técnicas de avaliação e pesquisa.
O trabalho de técnicos e pesquisadores envolvidos com a iniciativa foi reconhecido pelas autoridades presentes ao lançamento. “Essa integração, essa parceria e o compartilhamento das informações trazem benefícios a todos”, afirmou o gerente regional da Sanepar, Nilton Luiz Perez Mollinari.
O projeto “Monitoramento do esgoto como ferramenta de vigilância epidemiológica para detecção precoce do Sars-Cov-2” começou em maio de 2020, nas instalações da Itaipu (primeira fase do projeto), e, em fevereiro deste ano, no sistema de esgotamento sanitário da cidade, operado pela Sanepar.
O projeto parte da constatação de que pessoas com a covid-19 (sintomáticos e assintomáticos) podem eliminar o vírus nas fezes antes do aparecimento dos primeiros sintomas da doença; e após o desaparecimento dos sintomas, por até 40 dias, com carga viral reduzida.
Ao analisar as amostras e avaliar os resultados, é possível elaborar notas técnicas, gráficos e mapas de calor georreferenciados, sinalizando as regiões com maior e menor incidência do vírus e suas variantes. Os dados também permitem acompanhar a evolução da epidemia e antecipar em até duas semanas a curva da média móvel de casos.
Os resultados desse monitoramento podem ser acompanhados semanalmente nos boletins municipais sobre a covid-19, onde também constam número de casos, ocupação dos leitos, ranking de vacinação, etc.
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