Meon durante o programa Marco Zero (Foto: Carlos Sossa)
. A prática da escrita levou Meon Luciano a sentar nos bancos universitários, e a universidade, a Unila, no caso, agora retribui com a técnica para ele seguir escrevendo. Mas o conteúdo vem da vida, mais precisamente das contradições dela, que ainda hoje separa as pessoas que pouco ou nada possuem das que detêm e acumulam uma grande parcela da riqueza.
. Esta visão de mundo, política, engajada e com posição definida, vem da experiência no anarquismo, de umas três décadas atrás, quando um grupo de adolescentes e jovens se movia na região do Jardim Petrópolis pensando, com isso, também mover as estruturas do mundo. E Meon Luciano estava entre eles.
. Agora, ele lança o seu segundo livro, “Fronteiras, Verdades Imperfeitas”, com contos e crônicas, neste sábado, 13. Alguns deles recontam a sua história; outros são relacionados a acontecimentos de Foz do Iguaçu, a cidade que Meon Luciano ajudou a trilhar até aqui, da qual captura a matéria-prima para a sua literatura, conforme conta no Programa Marco Zero.
. Na entrevista, o escritor relembra sua participação na Ação Cultural Ação Coletiva (ACAC), anarquista, e sua vivência no underground iguaçuense. Das bandas punks que já ouviu, reteve a mensagem daquelas que utilizam letras sociais. Na adolescência, bebeu na fonte da literatura espanhola e estadunidense. Hoje, volta-se às letras de brazucas como Machado de Assis e Lima Barreto.
. “O que acaba perpassando no que eu escrevo é a literatura de cunho social, independentemente se é algo engraçado, mistério, assustador ou um poema”, relata Meon Luciano. “O que o leitor vai encontrar sempre é o social, de sempre defender o lado do oprimido”, completa.
Seu livro não é segmento, explica. “Tem contos cômicos, de terror e suspense, e alguns que considero claustrofóbicos”, expõe. “Há textos contando a história de Foz do Iguaçu e da minha infância, em que eu registro momentos que aconteceram”, narra o escritor Meon Luciano.
. O nome “Fronteira” é por causa dos contos e crônicas. Já as verdades imperfeitas ficam por conta dos múltiplos olhares. “Considero que todas as verdades são imperfeitas, cada um tem a sua. A verdade do outro para você pode ser imperfeita, as verdades que eu tenho talvez sejam imperfeitas”, reflete.
. O que é bem costurado no livro é o olhar que enxerga o mundo por suas diferenças que ainda teimam existir. “Vejo pelo lado social, defendo muito a divisão de renda. O anarquismo me ajudou a pensar dessa forma, a sempre achar que o problema maior dos países pobres é a divisão de renda, porque a concentração provou não conseguir criar humanos melhores”, reitera Meon Luciano.
. Durante a sessão de lançamento do livro “Fronteiras, Verdades Imperfeitas”, também haverá uma programação cultural reunindo dança e música. A cultura urbana será representada pelo grupo Sioux Crew, e as atividades sonoras terão Vitor Vieira (Kiulia), Nô Moraes, Banda Experience, Washington Light-Holder, Paulo Silva e Banda Pinhão Ácido.
. Lançamento do livro “Fronteiras, Verdades Imperfeitas” Data: 13 de novembro (sábado), a partir das 15h Local: Iguassu Secret Falls – Vila Yolanda Informações: (45) 98403-4330 Acesse o evento nas redes sociais.
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.