Creative Commons – CC BY 3.0 – Chico Sicence – Foto: Maria F. Moreno / Acervo Paulo André
. Da Lama ao Caos; Corpo de Lama; Manguetown; Maracatu de tiro certeiro. Essas são algumas canções de Francisco de Assis França Caldas Brandão, mais conhecido como Chico Science.
O artista, junto com a Nação Zumbi, conectou “as boas vibrações do mangue” à tecnologia e a uma visão pop, inovando a música popular brasileira.
Foi em Recife, cidade estuário construída sobre aterros e em meio aos manguezais, que nasceu o movimento contracultural prestes a completar 30 anos: o Manguebeat. A crítica social à miséria e precariedade da capital pernambucana, à época a quarta pior cidade do mundo em condições de vida, segundo o Instituto de Pesquisa Populacional de Washington, nos Estados Unidos, trouxe também a insurreição de mangueboys e manguegirls.
Ouça a seleção feita pela Agência Brasil:
Chico Science é fruto da miscigenação de índios, caboclos e negros.
Artista performático, levava ao palco passos de frevo, capoeira e a dança dos caboclos de lança do maracatu rural. Entoava emboladas, tinha a ginga do funk, a força do rock e a alegria do samba coco. Tudo isso com muita batucada.
Ao lado da Nação Zumbi, lançou os álbuns “Da Lama ao Caos”, em 1994, e “Afrociberdelia”, em 1996. No dia 2 de fevereiro de 1997, há exatos 25 anos, nos deixou após um trágico acidente de carro entre Olinda e Recife.
O vocalista da banda Mundo Livre S/A, Fred 04, um dos fundadores do Mangue Beat, destaca que o movimento espalhou a força dos maracatus pernambucanos pelo Brasil e pelo mundo. Fred 04 considera ainda que, para os pernambucanos, o legado de Science passa pela valorização da cultura de raiz e da periferia.
O Nação Zumbi produziu seis álbuns após a morte de Chico Science, com Jorge Du Peixe no vocal. O Mundo Livre S/A lançou no fim de janeiro deste ano o álbum ‘Walking Dead Folia’, sobre a crise sanitária provocada pela pandemia.
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