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A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), por meio do Campus de Foz do Iguaçu, está na luta contra o assédio sexual nas Instituições de Ensino Superior (IES). O trabalho é realizado por meio do projeto de extensão, intitulado Você não está sozinha: rompendo o silêncio do assédio sexual no meio universitário, sob coordenação da professora doutora Alessandra Carrijo.
A coordenadora explica que o objetivo é desenvolver ações de combate e enfrentamento ao assédio sexual “a partir dessas ações buscamos estimular o debate e a conscientização sobre assédio sexual, engajar gestores para enfrentar a cultura do assédio, construir uma cultura institucional de repúdio aos assédios e incentivar a criação de normas institucionais que protejam as vítimas de assédio sexual.”
O início – O projeto entrou em vigor, em 2020, motivado pela relevância do problema e a necessidade de instituir meios de combate e denúncia, vinculado diretamente à violência contra mulheres e envolve estudantes da graduação e pós-graduação, professoras de múltiplos cursos, agentes universitárias, diretorias de centro e de campus. “Além do tema ser um problema social de relevância, a violência contra a mulher atinge milhares de mulheres, vítimas do sistema patriarcal em que vivemos, e como temos conhecimento”, frisa.
A professora relata que fez um trabalho de pesquisa para instituir o projeto. Entre os trabalhos, a pesquisa ‘’Violência contra a mulher no ambiente universitário”, tem dados relevantes sobre o problema, ou seja, “as mulheres estão sujeitas à violência em diversos ambientes, inclusive o universitário”. Esta pesquisa, realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Centro de Pesquisa Data Popular, em 2015, revelou que 56% das mulheres entrevistadas sofreram assédio sexual e 67% sofreram algum tipo de violência praticada por um homem no ambiente universitário.
Pesquisa online – Por conta da pandemia de novo coronavírus, a pesquisa do projeto é toda feita de forma virtual. Num primeiro momento através de lives e produção de conteúdo via redes sociais e, em 2022, através de pesquisa via online. Para acessar, clique, aqui.
O projeto tem páginas nas redes sociais, Facebook e Instagram. Em 2020, houve um ciclo de debates com alunas, com debate de sete documentários sobre o tema, trabalho que está transcorrendo esse ano. O objetivo é que as atividades conscientizem e, mais que isso, encorajem o rompimento do silêncio por quem for molestada. O grupo também tem um acervo de documentários, filmes sobre o assédio e direitos humanos, que podem ser acessados pelos endereços www.instagram.com/estudarsemassedio; www.facebook.com/estudarsemassedio;
A Lei – A lei contra assedio sexual no Brasil vai completar 21 anos, por meio do Art. 216-A, no Código Penal. A lei define como crime de assédio sexual como o de “constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”.
O assédio sexual no meio universitário sempre ocorreu de maneira mascarada, na qual o abusador usa de subterfúgios para abordar a vítima, de forma sutil, contínua, mascarada em brincadeirinhas, discurso oblíquo e de duplo sentido. A estratégia vai aos poucos minando a autoconfiança da mulher, que começa a duvidar, inclusive, de sua capacidade intelectual, criando um ambiente de confusão e controle psicológico.
A coordenadora do projeto que trata sobre o assunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, professora doutora Alessandra Carrijo, diz que a prática é um crime, “lamentavelmente praticado por conta das relações sociais, historicamente instituídas em uma sociedade patriarcal e que fomenta a hierarquização de gênero”.
Para a especialista, o assédio sexual acarreta prejuízos morais, psicológicos, físicos e emocionais às vítimas e se tratando de alunas de graduação, ”o que impacta em sua formação, abala sua autoestima, sua segurança e seu bem-estar, gerando desistência do curso em algumas situações”.
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