As chamas ardem
Em meio a máquinas frias
Onde as meninas
Arderam
Na pele em chamas
As cicatrizes vivas onde as chamas, arrebataram a fúria, o sangue
Mesclaram-se aos gritos
Somos herdeiras
Da sina das fogueiras
Onde os sonhos
Queimam até as cinzas
Na pele e na garganta
Carrego a chama que arde
E o grito das irmãs
Nas fogueiras que ardem
Outrora bruxarias
As chamas
Destroem
A violência e o preconceito
Que nos atravessa como fio de navalha
Nas chamas
As mulheres ardem
Labaredas…labaredas
Consomem a tarde que se fez noite
As cinzas,
Consomem a fúria feminina
A fogueira que nos aprisiona
Mas também liberta
Nossos sonhos, nossas filhas
A fogueira que também aquece
Nos transmuta, pulsa em nossas veias e nos anima.
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