Espetáculos classificados na edição passada (Fotos: divulgação)
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Março começa com boas notícias na arte da videodança. Estão abertas as inscrições gratuitas, até o dia 4 de maio, para os projetos artísticos para o Festival Internacional de Videodança Sans Souci, que acontecerá em Campinas (SP), de 21 a 27 de novembro.
Com produção brasileira do grupo Dançaberta, vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Festival, que integra as estéticas da dança e do cinema, ocorre há 19 anos em Boulder, no Colorado (EUA), e terá sua terceira edição brasileira realizada ao longo de uma semana com exibições de filmes, residência, oficinas e palestras. .
Esta temporada será híbrida, com foco em atividades presenciais em Campinas e outras com transmissão e interações online. O tema desta edição é “Transição e Transgressão na Videodança: da Poética a Indispensabilidade”, que irá permear os debates e os encontros.
A terceira edição reunirá quatro mostras: duas mostras regulares, uma direcionada para o público infanto-juvenil e a outra chamada “6 Brasis”. A “6 Brasis” é inspirada nos biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), das cinco regiões do Brasil, e os aspectos pertinentes a cada um. Das florestas à exploração predatória, de seus rios às áreas secas, de suas montanhas à ilegalidade corrosiva. .
O Festival Sans Souci (em francês, “sem preocupação”) receberá inscrições pelo site www.sanssoucibrasil.com. Para as inscrições, abertas até 4 de maio, os interessados poderão inscrever até três videodanças com duração de no máximo 15 minutos.
A curadoria frisa que somente serão avaliados os projetos artísticos relacionados de alguma forma com o Brasil: por exemplo, artistas brasileiros, direção brasileira, filmado no Brasil, temáticas brasileiras etc. Outro critério: se o trabalho utilizar música, é obrigatório que seja composição original, ter uma licença da música cedida ou comprada pelo detentor dos direitos autorais ou uma música sem direitos autorais.
Julia Ziviani, diretora do Grupo Dançaberta, professora colaboradora do Programa de Pós-graduação Artes da Cena da Unicamp e uma das idealizadoras da Edição Brasil, conta que apesar de não ser tão nova a videodança ainda não é tão difundida no ramo das artes. “É constituída de um vídeo mais curto, que pode variar de dois a 20 minutos. Para o Festival brasileiro estipulamos o tempo máximo de 15 minutos. Nessa modalidade a dança dialoga com o movimento da câmera e com a edição para concepção e realização do filme, o que confere uma especificidade a esta linguagem. Com isso, a videodança também é uma coreografia com quem filma”, destaca.
A idealizadora do projeto no Brasil ressalta ainda que a integração entre dança e cinema é o coração para o trabalho. “Quando escolhemos obras para exibição e instalação, nós consideramos temas e formas reflexivas, abordagens investigativas, inovadoras e experimentais, bem produzidas, com apelo público, coreografias criativas, virtuosidade em performance e que se adequem ao nosso programa”, observa Julia. “Estamos interessados em videodanças que integrem a estética da dança e do cinema e que tenham uma duração adequada em relação ao seu tratamento e estilo”, reitera.
O evento foi contemplado no Programa de Ação Cultural ProAC Editais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. .
A 1ª edição brasileira do Festival aconteceu em maio de 2019, na Casa do Lago, na Unicamp. Essa temporada foi também a primeira coprodução do Festival com a América do Sul desde 2003, quando nasceu no Colorado (EUA). Além do Brasil, países como México e Alemanha também já realizaram suas próprias edições do evento.
Julia Ziviani teve contato com a edição norte-americana do Sans Souci quando realizou seu pós-doutorado na Universidade de Boulder, em 2015. Na época, Rosely Conz, ex-integrante do grupo e hoje professora do Alma College, realizava um mestrado na mesma instituição. Por meio dela e de seu envolvimento com o Festival, Julia teve então acesso às diretoras do evento, Michelle Bernier e Ana Baer.
A partir destes encontros, as artistas deram vida à edição brasileira do Sans Souci, que recebeu em 2020 inscrições das cinco regiões do país. “Trazer o Sans Souci para o Brasil viabiliza a divulgação dos trabalhos artísticos que aqui são feitos e que são de excelente qualidade. Artistas nacionais e internacionais têm a possibilidade de compartilhar suas experiências através do nosso Festival”, pontua a idealizadora. .
Inscrições para o Festival Internacional de Videodança Sans Souci Período de inscrições: 1 de março a 4 de maio de 2022 Site: https://www.sanssoucibrasil.com/
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