.
Um eclipse lunar total com uma “Lua de Sangue” poderá ser visto no Brasil na noite do próximo domingo (15), segundo o professor do Departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP) Roberto Costa. Este será o único eclipse lunar total que acontecerá neste ano, segundo os astrônomos. O próximo será apenas em maio de 2025.
O eclipse lunar poderá ser visto completamente de todo o território brasileiro. Poderá ser visto a partir do próximo domingo às 23h28, no horário de Brasília. À 0h29 de segunda-feira (16/02), começará o eclipse total, que vai durar até 1h54. O fim do eclipse está previsto para ocorrer às 2h55.
Na fronteira trinacional o fenômeno será visto, dependendo das condições climáticas. Haverá uma atividade de observação com telescópios em Puerto Iguazú, na região do Marco Argentino. Não há necessidade do uso de proteção para os olhos.
A previsão do tempo para o horário do eclipse, conforme a meteorologia, é de céu com poucas nuvens e temperatura na casa dos 12°C em Foz do Iguaçu e municípios vizinhos.
O fenômeno também será transmitido ao vivo pelo Observatório Nacional, uma unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. A transmissão será iniciada a partir das 23h15 neste link.
O eclipse lunar total ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham. Com isso, a Terra cobre totalmente o disco da Lua e isso causa o fenômeno. O satélite natural terrestre então fica com uma cor avermelhada ? que passou a ser chamada de “Lua de Sangue”.
O professor de astronomia da USP afirmou à BBC News Brasil que o termo “Lua de Sangue” se popularizou nos últimos anos após ser usado com frequência pela imprensa. “Provavelmente isso ocorreu sob influência dos sites americanos, mas não se deve perder de vista que o fenômeno físico em si é o eclipse lunar. Ou seja, o momento em que a Terra se coloca exatamente entre o Sol e a Lua, fazendo com que a sombra da Terra seja projetada na Lua”, afirmou o professor.
A cor avermelhada ocorre, explica o professor, porque a atmosfera da Terra age com um filtro para a luz do Sol.
“O mecanismo é o seguinte: a atmosfera do nosso planeta normalmente filtra a luz solar, deixando passar com mais eficiência as cores vermelhas e refletindo o azul, por isso mesmo vemos o céu azul durante o dia. Num eclipse lunar, a Terra está exatamente entre o Sol e a Lua. Do ponto de vista de um observador hipotético na Lua, a Terra está bem na frente do Sol. Nesse caso, nas ‘bordas’ do nosso planeta (visto por esse observador), a atmosfera forma um halo que deixa passar um pouco de luz. Essa luz é avermelhada pelo filtro atmosférico e vai incidir na Lua, que adquire um tom castanho-avermelhado”, diz o professor da USP Roberto Costa.
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.