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Chapada Diamantina
Sair do sertão dando um até logo
É retorno certo, ser fiel eternamente;
Ao sertão não se vai, se volta, como à Atenas,
Esta, pelas grandezas de seus gregos
Àquele pela saudade das Helenas. _____________
Infinita e Bela
A tela sombreadora, o artista
Faz no guache pontos coloridos,
E a imagens solta em nuances,
Estendida, infinita e dócil,
Imaculadamente bela! Se asas boliçam no aqueronte,
A alma sente a calma
Que sombreia o peregrino;
As nuvens pontiagudas
São macias almofadas
Que cultivam o leve sono
Até o próximo amanhecer;
Temido como um látego
Cortante, o sol sorri
Em arcada trajetória
E a terra receosa teme.
Sobre o monte há um camelo
Cansado de viver imóvel
E avista pastagens verdes
Regadas pelas água turva;
No alto de certo pico
Mora o ancestral divino.
Sublimes é a chapada
E brilhante como um diamante fino _______________
Luar na chapada
A lua cheia sobre a Chapada Diamantina
Brilha ao longe como um cristal fundido
E os raios que faíscam dos rochedos
Refletem o céu no olhar da gente
Lá vem a cheia nascendo na esquadra,
Uma placenta – diz o saber nativo-
Deve ser Esmeralda, de feição dourada,
O parto será no berço do cume extensivo!
Certo! A serra configura o bebê luzente,
A luz dá o encanto no olhar das fadas,
Petrificada, plácida, a chapada norte
Contempla a lua sublimada, enrubescida;
Estático, fascinado, esquadra muda
O nativo clama: Espetáculo majestoso
na vida drástica! E aponta o dedo.
E a lua esconde entre picos nebulosos!
Diz a lenda que o lago azul celeste
Encantou-se com a ponta do diamante,
Entrou em cio e a chapada do agreste
Engravidou-se camuflada em fonte!
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