19 de setembro de 2024
Anuncie aqui
Sobre
Fale conosco
De Letra
Poesia
Literatura
Tirando de Letra
Livro
Contos e Crônicas
On-Line
Cultura Digital
Cinema
Vitrine
Oportunidade
Rádio
Cultura em Movimento
Música
Artes cênicas
Fotografia
Memória
Guatá
Bem Viver
Vida saudável
Ecologia
Ciência
Universidade
Geral
Fronteiras
Trinacional
Mulher
Movimentos Sociais
Antirracismo
Povos
Assista
PESQUISAR
Manual de instruções, segundo fragmento - de Julio Cortázar
Manual de instruções, segundo fragmento - de Julio Cortázar
14 de fevereiro de 2023
Compartilhar
(*) Segundo fragmento: Instruções para Chorar – Instruções para Cantar
.
.
Instruções para Chorar
.
Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não penetre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente. Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isto lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas e nesses golfos do estreito de Magalhães nos quais não entra ninguém, nunca. Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a palma para dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos.
.
Instruções para Cantar
.
Comece por quebrar os espelhos de sua casa, deixe cair os braços, olhe vagamente a parede, esqueça. Cante uma nota só, escute por dentro. Se ouvir (mas isto acontecerá muito depois) algo como uma paisagem afundada no medo, com fogueiras entre as pedras, com silhuetas seminuas de cócoras, acho que estará bem encaminhado, e do mesmo modo se ouvir um rio por onde descem barcos pintados de amarelo e preto, se ouvir um gosto de pão, um tato de dedos, uma sombra de cavalo. Depois compre cadernos de solfejo e uma casaca e por favor não cante pelo nariz e deixe Schumann em paz.
.
Julio Cortázar, escrito argentino. (1914-1984). Extraído de “Histórias de Cronópios e Famas”.
Compartilhar
Contos e Crônicas
Tirando de Letra
ANTERIOR
Bestiario, um conto de Julio Cortázar
PRÓXIMO
Nesta quarta (15), tem encontro ambiental com participação de Moema Viezzer
Leia mais
Contos e Crônicas
Epidemia de Poesia
Kirirĩ: A Arte do Silêncio em Guarani, Confúcio e Poesia. De Wemerson Augusto
16 de setembro de 2024
Contos e Crônicas
Um (outro) lobisomem na Ronda (2), conto de Sérgio Gadini
13 de setembro de 2024
Contos e Crônicas
Desassossegos, prosa poética de Lis Labanca
7 de setembro de 2024
Últimos posts
Educação
Memória
103 anos: Paulo Freire é homenageado com selo e carimbo pelos Correios
19 de setembro de 2024
Dança
Fronteira
“Guadakan”, espetáculo com alerta sobre incêndios no Pantanal chega a Foz
18 de setembro de 2024
Oportunidade
Política cultural
Encontros online debatem Política Nacional para Culturas Tradicionais e Populares. Inscrições até dia 18
18 de setembro de 2024
Fronteira
Geral
Lideranças das agências espaciais do G20 visitaram o Parque Nacional do Iguaçu
18 de setembro de 2024
Epidemia de Poesia
Abrupto, poema de Maria Raquel
17 de setembro de 2024
Esporte
Fronteira
Passeio Ciclístico no Refúgio Biológico Bela Vista atrai mais de 300 participantes
17 de setembro de 2024
Assine o nosso boletim!
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.
INSCREVA-SE AGORA!