Ele é o responsável pela edição da cartilha “Bullying não. Respeito, empatia e amizade sim!”, produto do projeto “De mãos dadas por amplos caminhos” que tem por objetivo o desenvolvimento de materiais didáticos voltados à promoção dos direitos humanos, valores e cidadania entre estudantes da educação básica.
A cartilha foi produzida a partir da demanda de uma professora do Ensino Fundamental, que enfrentava vários casos de bullying em sua escola. . O primeiro passo, diz ele, é entender que nem toda agressão ou ato violento pode ser classificado como bullying. “O bullying é uma ação sistemática direcionada a uma pessoa ou determinado grupo”, explica. Essa definição está descrita na cartilha produzida, que também traz informações sobre a prevenção a esse tipo de comportamento a partir de uma metodologia que envolve diálogo e participação. “A partir do diálogo é possível conhecer, tomar consciência de si mesmo e dos outros”, comenta Cristi.
. Segundo ele, pesquisas mostram que não existe um perfil único para os agressores, mas foram identificadas causas que levam ao comportamento agressivo recorrente: resposta a uma provocação; criação de mecanismos de defesa (frente a situações de violência em casa, frustração, ansiedade); e o empoderamento (exercício de superioridade ou poder de vontade sobre o outro), entre outras.
. Além da violência física, há vários tipos de bulliyng documentados em estudos: psicológico (afeta a autoestima), verbal (falar mal, fazer piada), sexual (assédio), de identidade de gênero, social ou moral (condição socioeconômica, racial, limitação física), material (furtos para prejudicar) e o cyberbullying (quando ocorre em redes sociais e internet). “Temos históricos de muitas tragédias no Brasil em consequência da prática de bullying. São muitos os danos que podem acontecer. Por isso, a importância de saber identificar agressores e vítimas”, afirma Fernando Santana, estudante de Mediação Cultural – Artes e Letras e que trabalhou na elaboração da cartilha. .
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. “A orientação é sempre denunciar o bullying. A ideia é que, quando se aplica a cartilha, quando as escolas conscientizam sobre o bullying ensinam a vítima a ‘socializar’ seu problema. Não utilizaria denunciar, mas socializar, no sentido de se comunicar com professores, familiares e, sobretudo, com amigos”, destaca Cristi. Nesse sentindo, aqueles que observam, reconhecem ou tomam conhecimento da agressão têm um papel importante, porque muitas vezes, a vítima não faz a denúncia, por medo, ou até mesmo, por não se perceber vítima. “Observadores que não fazem nada são cúmplices”, enfatiza. . Ele diz que existem “pistas” que podem indicar a ocorrência de agressões. A principal delas é o próprio comportamento da vítima, que passa a demonstrar sentimentos de medo, vergonha, introspecção ou desânimo. “É preciso buscar o diálogo quando se observam mudanças de personalidade”, indica. . O Brasil tomou medidas importantes para a prevenção desse tipo de comportamento, aponta o pesquisador, como o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), criado pela Lei 13.185/2015 e, dentro dele, a realização da Semana de Prevenção ao Bullying. “Há medidas e é necessário que sejam aplicadas.” . Para o docente, na região da fronteira, pode ser identificado um tipo específico de agressão sistemática. “Não me atreveria a chamar de bullying linguístico porque ainda não temos um conceito para isso. Mas existe essa particularidade”, explica, citando como exemplo o tratamento que recebem muitas crianças que vêm do Paraguai para estudar, não conhecem muito bem a língua portuguesa e, por isso, acabam isolados por colegas de sala. . Para saber mais sobre bullying nas escolas, sobre procedimentos e prevenção e também sobre educação estão assista a entrevista completa no programa da série ¿Que Pasa?, disponível no canal da UNILA no YouTube. .
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