Estudantes de Serviço Social estão mobilizados desde o mês de setembro – Foto: Centro Acadêmico de Serviço Social
(Texto atualizado às 16h43 – 11/10/2023)
Ainda vivendo a crise relacionada com a falta de professores em cursos como o de Serviço Social, estudantes da Unila estão mobilizados nesta quarta-feira (11), desenvolvendo uma agenda de atividades durante todo o dia. A mobilização pretende culminar com uma marcha do campus Jardim Universitário até o campus Centro Integração, local onde deve acontecer uma Assembleia Geral, reunindo estudantes e representantes discentes. Nela os presentes decidirão por uma paralisação geral por tempo indeterminado ou não.
Na semana passada, foram realizadas assembleias estudantis nos três campi da instituição – JU, PTI e Integração, que é o campus da Avenida Tancredo Neves –, definindo pela deflagração de greve por tempo indeterminado. Essa posição será avaliada em nova plenária geral logo mais, a partir das 19h.
O movimento decorre de autogestão e organização dos discentes. A cobrança por professores e investimentos na Unila é endereçada ao Ministério da Educação (MEC). Os alunos relatam terem apresentado as demandas à reitoria, que se mostrou aberta ao diálogo e solidária às pautas estudantis.
Os universitários estão usando o canal da Ouvidoria para fazer chegar a reivindicação ao MEC e cobram que a reitoria também leve a pauta à instância federal, que por meio da instituição é a via mais direta. Uma comissão deverá ser eleita na assembleia desta noite para a mediação com a reitora Diana Araujo Pereira.
A paralisação em prol de contratação de professores na Unila teve à frente o curso de Serviço Social, que está em greve desde 18 de setembro, há quase um mês. O Centro Acadêmico que representa os estudantes da graduação contabiliza apenas seis professores para mais de 300 discentes, inviabilizando o ensino e a conclusão da formação.
Segundo lideranças do movimento dos estudantes, a Universidade instalada em Foz do Iguaçu vem sofrendo, nos últimos anos, com cortes orçamentários. Isto se reflete tanto em serviços de limpeza, segurança e transporte. De outro lado, a falta de professores estaria impactando a maioria dos cursos e também projetos de extensão à comunidade da região Oeste.
Documento de divulgação dos estudantes, explica a mobilização. Leia abaixo:
PARAR A UNILA EM DEFESA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DE QUALIDADE!
A mobilização dos estudantes de Serviço Social escancarou a antiga crise que atinge a UNILA: a grave falta de docentes.
Atividades de ensino, pesquisa e extensão são prejudicadas em diversos cursos, pois faltam cerca de 200 professores para a real implementação dos projetos pedagógicos.
Sem condições básicas para a permanência estudantil, há um alto índice de evasão e absenteísmo. Sem a possibilidade de alimentação através de um Restaurante Universitário, afeta de forma ainda mais dura os estudantes mais pobres. Casos de assédio e episódios de opressão são frequentes dentro dos campi. Essa realidade é fruto de anos de precarização da universidade pública, para além da UNILA, enquanto a educação fica nas mãos do responsável pela falência das Lojas Americanas, o bilionário Jorge Lemann. Mudanças profundas vem através da luta unificada, por isso defendemos a paralisação da UNILA, com atividades promovidas pelos estudantes e decisões tomadas em conjunto através da Assembleia.
Chamamos você a somar nessa luta com a gente, seja discente, docentes, técnicos administrativos, terceirizados e cidadãos afetados pela UNILA.
* Contratação emergencial de professores de acordo com a necessidade dos cursos! * Instauração de Restaurante Universitário para todes! * Não ao Arcabouço Fiscal de Lula/Alckmin! * Vamos construir a Unila que queremos, uma universidade para a classe trabalhadora
A reitoria da Unila enviou nota ao portal H2FOZ na qual afirma que, em relação à pauta dos estudantes, “se coloca à disposição para o diálogo e a busca de estratégias conjuntas, primando pela democracia nas relações entre servidores/as e estudantes”. O texto não expôs quais serão as formas para a busca das soluções.
A nota citou que a direção da universidade reconhece a importância do movimento estudantil, em sua atuação ao longo dos anos, para a democracia e a defesa da universidade pública, gratuita e com referência social. Afirmou compreender que as mobilizações de estudantes são parte da formação acadêmica e cidadã, “além de fazer parte do contexto nacional de luta por mais vagas docentes e melhores condições de permanência”, lê-se no documento.
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