IBGE acredita que expectativa de vida seguirá aumentando no próximo ano – Marcelo Camargo/Agência Brasil
Pela primeira vez desde 1991, o Brasil tem mais pessoas se declarando pardas do que brancas, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, (22) e mostram que 92,1 milhões de pessoas se declararam pardas, o equivalente a 45,3% da população do país. Enquanto isso, 88,2 milhões (ou 43,5% da população) se declararam brancas. Outras 20,6 milhões se declararam pretas (10,2%), enquanto 1,7 milhão se identificaram como indígenas (0,8%) e 850,1 mil como amarelas (0,4%).
A população parda ainda foi maioria em 3.245 municípios, ou 58,3% do total de municípios do país. Mais da metade destes municípios (53,0% ou 1.720) estão no Nordeste. Além disso, os dados mostram que desde o Censo de 2010, o último antes do levantamento de 2022, mais pessoas tem se declarado como sendo integrantes das etnias preta, indígena e parda. O aumento foi identificado em todos os recortes etários, enquanto, por outro lado, menos pessoas têm se declarado como brancas e amarelas.
Os dados são do mais recente recorte do Censo 2022 chamado “Identificação étnico-racial da população, por sexo e idade: Resultados do universo”. De acordo com o IBGE, os dados reforçam uma tendência que já vinha sendo observado nos anos anteriores do levantamento.
“Desde o Censo Demográfico de 1991, percebe-se mudanças na distribuição percentual por cor ou raça da população, com o aumento de declaração por cor ou raça parda, preta e indígena, decréscimo para a população branca”, afirmou Leonardo Athias, analista do IBGE, segundo texto divulgado pelo instituto.
Outro ponto que chamou a atenção dos pesquisadores foi a drástica diminuição das pessoas que se declararam amarelas. Enquanto a participação da população branca recuou de 47,7% em 2010 para 43,5% em 2022. Já a população amarela teve uma redução de 59,2%, com sua participação recuando de 1,1% em 2010 para 0,4%, retornando a patamares de 1991 e 2000.
De acordo com o IBGE, a diminuição da população amarela está correlacionada a um procedimento adotado no Censo 2022: caso o entrevistado se declarasse de cor ou raça amarela, o recenseador faria uma pergunta adicional padrão: “considera-se como cor ou raça amarela a pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana. Você confirma sua escolha?”. Especialistas do IBGE acreditam que esse procedimento pode ter levado à forte diminuição das pessoas que se autodeclararam amarelas.
Considerando os recortes populacionais por região, segundo os dados divulgados nesta sexta pelo IBGE, a região Norte é a que possui maior proporção de pardos, 67,2%, enquanto a região Sul teve a maior proporção de brancos (72,6%), e o Nordeste registrou o maior percentual de pretos na sua população (13,0%).
O percentual de pardos ficou acima da média nacional no Nordeste (59,6%) e no Centro-Oeste (52,4%). Já os percentuais do Sul (21,7%) e do Sudeste (38,7%) ficaram abaixo da média. Em relação à população branca, no Sudeste, o percentual foi de 49,9%. Nas regiões Centro-Oeste (37,0%), Nordeste (26,7%) e Norte (20,7%), os percentuais ficaram abaixo da média nacional.
O Nordeste teve o maior percentual de população preta (13,0%), seguido pelo Sudeste (10,6%), Centro-Oeste (9,1%) Norte (8,8%) e pelo Sul (5,0%).
Em relação à população amarela, o Sudeste registrou a maior proporção (0,7%). Sul e Centro-Oeste (0,4% em ambas) igualaram a média do país, enquanto Nordeste (0,1%) e Norte (0,2%) têm as menores proporções.
As proporções de população indígena no Norte (4,3%), Nordeste (1,0%) e Centro-Oeste (1,2%) superaram a média nacional. Já o Sudeste (0,1%) e o Sul (0,3%) tinham os menores percentuais.
Considerando o recorte por estados, o maior percentual de pardos foi do Pará (69,9%), a maior proporção de brancos foi do Rio Grande do Sul (78,4%) e o maior percentual de pretos foi da Bahia (22,4%).
Na outra ponta, os três estados com os menores percentuais de pardos eram Rio Grande do Sul (14,7%), Santa Catarina (19,2%) e Paraná (30,1%). Os três estados também foram os que registraram os maiores percentuais de população branca, com o maior percentual no Rio Grande do Sul (78,4%), seguido por Santa Catarina (76,3%) e Paraná (64,6%).
Por outro lado, os menores percentuais de brancos foram do Amazonas (18,4%), Pará (19,3%) e Bahia (19,6%).
Já em relação à população preta, a maior proporção identificada foi na Bahia (22,4%) seguida por Rio de Janeiro (16,2%) e Tocantins (13,2%). Os menores percentuais estavam em Santa Catarina (4,1%) Paraná (4,2%) e Amazonas (4,9%).
Os maiores percentuais de população amarela foram registrados em São Paulo (1,2%), Paraná (0,9%) e Mato Grosso do Sul (0,7%). De acordo com o IBGE maior parte das unidades da federação tinha menos de 0,2% de pessoas amarelas, com destaque para Rio Grande do Sul e Piauí com (0,07% e 0,09%).
Os três estados com a maior participação de indígenas foram Roraima (15,4%), Amazonas (12,5%) e Mato Grosso do Sul (4,2%). Por outro lado, as menores proporções foram do Rio de Janeiro e São Paulo, ambas com 0,1% de indígenas.
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