Atualmente, são 179 acadêmicos indígenas matriculados, de 31 povos – Foto: Assessoria/Unila (Arquivo)
A UNILA realiza o Processo Seletivo de Estudantes Indígenas (PSIN), mediante um edital anual específico para ingresso de discentes indígenas aldeados. Neste ano, as inscrições estão abertas até o dia 02 de junho de 2024 e devem ser realizadas através de formulário online, e conforme as diretrizes do Edital Nº 6/2024/PROINT – PSIN 2025. A seleção aceita inscritos do Brasil e de todos os países da América Latina e Caribe, desde que sejam integrantes de povos indígenas.
Realizada desde 2019, esta modalidade específica de ingresso vem ano a ano ampliando o número de estudantes indígenas na Universidade. Atualmente, chega-se ao quantitativo de 165 estudantes indígenas ativos e que ingressaram via PSIN na UNILA, sendo eles originários de 31 povos do Brasil e também de diversos países latino-americanos e caribenhos. Mas há também muitos outros estudantes indígenas que ingressaram na UNILA via Seleção Internacional e Sisu. Os estudantes indígenas transformam diariamente a Universidade, nela já fundaram um coletivo para sua representação política e criaram uma atlética indígena que promove eventos e tem diversos projetos, também fora da UNILA.
Embora existam outras seleções voltadas para indígenas no Brasil, a modalidade de ingresso de indígenas da UNILA é única no Brasil. Para concorrer a uma vaga, os candidatos não precisam se deslocar para fazer provas ou vestibular. A seleção é totalmente desvinculada das outras formas de ingresso de estudantes, além de ser 100% online e feita com base nas notas do Ensino Médio, valorizando os saberes e práticas das escolas indígenas. No último ano, o PSIN recebeu a inscrição de 373 candidatos, a maior parte de brasileiros, mas também há representantes indígenas da Guatemala, Colômbia, Equador, Peru, Chile e Argentina.
“Por meio dessa oferta, a ideia é respeitar a lógica de organização social e territorial dos povos indígenas, cujas identidades se orientam por laços de parentesco entre nações, que extrapolam os limites e fronteiras nacionais. Outra especificidade é que todos os indígenas que ingressam ganham direito ao acesso a auxílios da assistência estudantil, considerando sua situação histórica de vulnerabilidade social”, explicou a servidora da Seção de Apoio ao Estrangeiro (SAE), Beatriz De Arruda Dias.
Para participar da seleção, os candidatos devem comprovar a condição de residentes em aldeias, comunidades ou grupos indígenas. E se reconhecer e ser reconhecido como membro de um dos mais de 800 (oitocentos) povos indígenas existentes atualmente. Ter cursado e concluído, integralmente, o ensino médio ou formação equivalente. E ter no mínimo 18 (dezoito) anos ou completar 18 (dezoito) anos na etapa de pré-cadastro.
Após ler o edital, na primeira etapa, os candidatos devem realizar um cadastro no formulário online, inserindo nome completo conforme consta na cédula de Identidade ou passaporte. Na segunda etapa, os candidatos devem selecionar a modalidade demanda social, sendo necessário anexar alguns documentos comprobatórios digitalizados, entre eles a declaração de pertencimento à comunidade indígena, que deverá ser assinada por pelo menos uma liderança, conforme anexo do edital. Cada candidato poderá escolher duas opções de curso. A avaliação é realizada por meio das notas das disciplinas cursadas no Ensino Médio, ou equivalente.
De acordo com o Edital, o resultado final deve sair no dia 06 de novembro. A previsão de início das aulas é em março de 2025. Os candidatos selecionados terão prioridade para receber auxílios estudantis, conforme disponibilidade da pró-reitoria de assuntos estudantis (PRAE).
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