As festas juninas são comemorações tradicionais, realizadas em todo o País e muito esperadas por todos, seja pela dança, comidas típicas ou brincadeiras. Uma adaptação dos rituais pagãos, cuja celebração acontecia pela chegada do solstício de verão no hemisfério norte. No Brasil, trazida pelos portugueses já condicionada à influência da religião católica, foi transformada em uma celebração aos santos Antônio, João e Pedro.
Em Portugal, a celebração recebia o nome de festa joanina, em referência a São João. No Brasil, acontece em junho, por isso recebeu o nome de festa junina. “Além de ser um momento de diversão, as comemorações também são uma oportunidade para aprender sobre as raízes culturais, históricas e geográficas das festividades”, explica a coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais do Colégio Marista Cascavel, Aline Karvatte Piloneto.
As diferentes regiões do Brasil comemoram o São João de diversas maneiras. No Nordeste, são realizadas grandes festas. O “arraiá” de Campina Grande, na Paraíba, por exemplo, é considerado a maior festa junina do país. E o forró é a matriz musical da festa.
As celebrações no Norte encenam histórias folclóricas, como a lenda do Boto e a tradição do Boi-Bumbá. Além disso, existe o Carimbó, que mistura elementos das culturas indígena, africana e portuguesa.
Já no Centro-Oeste, há tradições como a lavagem dos santos homenageados nas festas e apresentações de Cururu, com danças e cantigas sobre eles. Na região Sudeste, as quermesses se destacam, com a música sertaneja dando o tom. Por fim, no Sul, ouve-se muita música tradicionalista em consórcio com a sertaneja, devidamente acompanhada pelas fogueiras, pinhão e quentão.
A festividade, que iniciou para marcar o início do verão na Europa, se tornou uma celebração dos santos católicos em agradecimento pela colheita. Depois, incorporou elementos como a quadrilha, que vem da dança francesa quadrille.
Ao chegar no Brasil, a festa incorporou aspectos da cultura indígena ao fundir-se com a festa tupi do milho, que ocorria em agosto, no inverno. É daí que vieram a maioria dos quitutes juninos, como canjica, ou mungunzá; pamonha; pipoca; bolo de fubá e milho-verde. Até mesmo no quentão pode ser considerada uma influência de bebida guarani: o cauim, feito de milho fermentado. Soma-se nessa diversidade, traços da culinária e da musicalidade africana.
Principalmente na Europa, muitos países mantêm as tradições juninas. Alguns exemplos são Portugal, Alemanha, Noruega, Dinamarca e Polônia. Entre os elementos em comum com as nossas festas, estão a quadrilha, as fogueiras e a homenagem a São João.
As bandeiras com imagens de São João, Santo Antônio e São Pedro eram espalhadas para decorar as festividades. Com o tempo, foram se transformando nas bandeirinhas pequenas e coloridas que se tornaram tão características do período junino.
Foto: Agência Brasil
A dança, conhecida como quadrilha, e as roupas típicas são itens indispensáveis da festa junina. Antigamente, as festas aconteciam nas cortes e as mulheres tinham que usar vestidos grandes e rodados. Os vestidos de quadrilha surgiram daí, e foram se transformando com o uso de tecidos coloridos e adereços, como a chita e fitas de cetim.
A origem francesa também aparece nos passos de dança de quadrilha. Anariê, avancê e balancê: São palavras de origem francesa ditas pelo narrador longo da quadrilha. Anarriê vem de “en arrière”, que significa de volta. Avancê vem do “avancer”, que significa avançar. Na dança junina, elas indicam quando os casais devem ir para trás ou para frente, um tipo de coreografia que faz da quadrilha junina um verdadeiro espetáculo de sincronia. Já balancê (do francês “balancer”) significa balançar o corpo no ritmo da música sem sair do lugar.
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