Evento criado nos anos 1970 se tornou turístico e esportivo – foto: Reprodução/Nosso Tempo
Por Paulo Bogler Que não se faça comparação com a época, pois é outra, mais avançada, a legislação ambiental, assim como são outros os modos e os costumes. Feita a advertência inicial, no seu tempo, a Prova Internacional de Pesca ao Dourado atraía multidões à barranca do Rio Paraná em Foz do Iguaçu.
O Nosso Tempo repercutiu o evento turístico e esportivo quando o rio estava para peixe e também quando o “tigre do Paranazão” levava a melhor sobre os competidores, negando a fisca – pelo menos nos tamanhos pretendidos. Em um suplemento especial, de setembro de 1988, o jornal reportou a 18.ª edição do torneio, com mais de 200 equipes na água. Isso seria, ainda bem, impensável hoje.
Nessa fase, no sábado ocorriam a Copa Desafio, a pesca variada e a pesca infantil de barranca, além do concurso do dourado assado. O domingo ficava para a Prova Internacional, a principal parte do evento. Era tanta gente que precisou ser proibido o acesso de veículos ao Cataratas late Clube, e o transporte ao local era com ônibus cedidos por agências de turismo locais. .
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. A reportagem trouxe um breve histórico da Pesca ao Dourado, lembrando que sua primeira edição foi em 29 de novembro de 1971, com área delimitada entre o Porto Meira e a Ponte Internacional da Amizade. A estreia teve como vencedores a equipe Esatur Pra Frente, formada por Valdir Moscon, Domiciano Galeano e Guido Weber, que fisgaram quatro peças, com peso total de 50 quilos.
O Nosso Tempo também expôs o regulamento da Capitania dos Portos do Rio Paraná com regras de segurança, como limite de passageiros, velocidade máxima e condutores habilitados. E enfatizava – o que hoje pode ser compreendido como um contrassenso, dado o impacto do evento – normas para se evitar a poluição das águas.
E o regulamento da organização explicitava as regras. “A prova é especializada em dourados com tamanho mínimo de 0,60 cm, contando da cabeça até a cauda vértice de inserção da nadadeira caudal, e medida com um calibre fornecido pelo Cataratas late Clube”, reproduziu o jornal Nosso Tempo.
Já em outra formatação, em 2006 foi anunciada a 34.ª Prova Aberta Internacional de Pesca ao Dourado, uma busca de resgatar o prestígio da iniciativa retornando a organização à direção do Cataratas Iate Clube. Em 2018, legislação do Paraná passou a proibir a captura, embarque, comercialização e industrialização do dourado, ressalvada a modalidade “pesque e solte”.
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O acesso é gratuito. O acervo constitui fonte valiosa para o morador desejoso de vasculhar a história da cidade e de seus atores, contada nas 387 edições do jornal que foram digitalizadas, abrangendo de dezembro de 1980 a dezembro de 1989.
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