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Nesta terça (20), às 19 horas, o campus de Laranjeira do Sul da UFFS – Universidade Federal Fronteira Sul receberá Aluízio Palmar para palestra e lançamento do livro “Vozes da Resistência”. Palmar, que é jornalista, escritor e ativista dos Direitos Humanos em Foz do Iguaçu, organizou o livro que reúne texto de 60 ativistas da resistência à ditadura militar implantada em 1964 no Brasil. O encontro é aberto à participação da comunidade e será realizado no auditório da UFFS.
O livro “Vozes da Resistência, Memórias da Luta contra a Ditadura Militar no Paraná” está sendo lançado em cidades paranaenses, cumprindo uma agenda universitária. A ideia de seus autores é preservar a memória do movimento de enfrentamento ao regime ditatorial implantado no País e que durou mais de duas décadas.
Sessenta ex-militantes da Resistência à Ditadura militar no Paraná decidiram descomemorar os sessenta anos do Golpe de 1964 de uma forma diferente. Cada um escreveu sobre sua participação na luta em defesa da democracia e, no próximo dia 14, vão lançar um livro de memórias. O resultado é um conjunto de relatos, onde os autores trazem à luz fatos acontecidos durante o período sombrio da ditadura.
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São 450 páginas que passam a limpo a trajetória e e engajamento de pessoas, na maioria jovens, à causa da democracia e das liberdades.
Esse protagonismo é traduzido em textos próprios no livro. A ocupação do prédio da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e as prisões no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1968, são fatos narrados. As páginas revisitam a presença e a coragem das mães que visitavam seus filhos nas prisões.
O enfrentamento à ditadura em Foz do Iguaçu e no Oeste do Paraná ganha destaque em textos de Aluízio Palmar. Ele narra a trajetória do jornal Nosso Tempo, uma pedra no sapato dos militares e que denunciou a censura e a tortura e contribuiu para pôr fim ao mando dos interventores na cidade e as tentativas de se implantar a resistência armada no campo.
“A proposta do livro ‘Vozes da Resistência’ surgiu em conversas no grupo de WhatsApp do Movimento Geração 68 do Paraná”, explica Aluízio. Esse canal, conta, reúne militantes e ativistas contra o período ditatorial, pessoas que estão na faixa dos 80 anos, e está servindo para encontros e lembranças.
Aluízio Palmar, em lançamento do livro – Foto: acervo pessoal de Aluízio Palmar
Nascido em São Fidélis (RJ), em 1943, Aluízio Palmar estudou na Universidade Federal Fluminense (UFF), foi preso, torturado e banido do país quando saiu da prisão em 1971. Na ocasião, foi trocado pelo embaixador da Suíça no Brasil, com mais 69 presos políticos.
Procurado pela repressão dentro do país e no exterior, teve a notícia de sua morte falsamente plantada em grandes jornais, para embaralhar as organizações contrárias ao regime. No livro de sua autoria, “Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?”, conta que poderia ser ele um dos seis guerrilheiros atraídos na Argentina para uma chacina dentro do Parque Nacional do Iguaçu.
Quando voltou ao país, na década de 1980, o jornalista editou o jornal Nosso Tempo, que foi impresso por 15 anos. Palmar é pesquisador, mantendo o portal Documentos Revelados, um dos mais abrangentes acervos documentais no país sobre a ditadura militar, fonte de consulta para investigadores no Brasil e fora do país.
Aluízio Palmar integrou a Comissão da Verdade no Paraná e foi um dos reorganizadores do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP), que presidiu. Como reconhecimento por sua atuação em defesa da democracia, recebeu a Medalha Chico Mendes de Resistência, homenagem de abrangência nacional, em 2021.
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