Jaguatirica fotografada em uma das estruturas sob a rodovia de acesso às Cataratas – Foto: Gentileza/Fundação Vida Silvestre Argentina
De H2Foz / Por Guilherme Wojciechowski A Fundação Vida Silvestre Argentina divulgou, na semana passada, os primeiros resultados de um estudo sobre a adaptação de manilhas para que animais atravessem os trechos de estrada no Parque Nacional Iguazú, lado argentino das Cataratas.
O trabalho está sendo desenvolvido em parceria com o Instituto de Biologia Subtropical (IBS-Conicet), o Centro de Investigações do Bosque Atlântico (CeIBA) e a administração do Parque Nacional Iguazú.
Uma das estratégias adotadas é a instalação de passarelas secas junto às manilhas, para que mamíferos que evitam o contato com o solo molhado possam utilizar as estruturas já existentes sob a estrada que leva às Cataratas em Puerto Iguazú.
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Câmeras de monitoramento especiais, que são ativadas por movimento, estão mostrando que a estratégia é eficaz e induz o uso das passagens por baixo da pista.
“Em poucas horas acompanhando um dos espaços, fotografamos um tapetí (Sylvilagus brasiliensis) e uma jaguatirica usando as passarelas secas”, destacou Lucía Lazzari, coordenadora do Programa Bosques na Fundação Vida Silvestre.
Mamíferos de vários portes foram vistos fazendo a travessia – Foto: Gentileza/Fundação Vida Silvestre Argentina
O levantamento quer saber, também, se a colocação de cercas protetoras em locais considerados problemáticos, direcionando os animais para atravessar em um único ponto, tem impacto positivo para a prevenção de atropelamentos na região das Cataratas.
Exemplo de trecho delimitado com cercas nos arredores do acesso às Cataratas – Foto: Gentileza/Fundação Vida Silvestre Argentina
Os pesquisadores reconhecem, contudo, que a adaptação e a construção de pontos para a travessia segura são apenas parte da solução do problema.
Não por acaso, entrará em fase de testes, nos próximos dias, um sistema de radares na Rodovia Nacional n.º 12, no trecho entre o acesso às Cataratas e a reserva de Puerto Península.
O sistema, que consiste em dois “pórticos”, registra a placa e calcula o tempo percorrido pelo veículo para percorrer os nove quilômetros de estrada. Se a cronometragem indicar que houve velocidade superior a 60 quilômetros por hora, o motorista poderá ser multado.
O atropelamento de animais é tido como uma das principais ameaças à vida silvestre no lado argentino da fronteira. As estradas do entorno das Cataratas estão entre os locais com maior ocorrência de casos.
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