Professora Dra. Carolina Panis do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Francisco Beltrão – Foto: Unioeste / divulgação
O estudo incluiu dados de 758 mulheres de toda a região sudoeste do Paraná e foi focado em substâncias como o glifosato, atrazina e ácido 2,4-diclorofenoxiacético, os pesticidas mais comuns usados na região. Mulheres que participaram do estudo relataram manipulação desprotegida de pesticidas e manuseio de roupas e equipamentos contaminados.
Os resultados do estudo mostraram que mulheres expostas a pesticidas tinham um risco maior de desenvolver câncer de mama e de metástase em linfonodos do que mulheres não expostas a pesticidas. “Nosso estudo revela que mulheres cronicamente expostas a pesticidas têm um risco significativamente maior de desenvolver formas mais agressivas de câncer de mama”, diz o autor sênior do estudo e docente da Universidade de Harvard e Universidade do Arizona nos Estados Unidos, Bernardo Lemos.
“Outra descoberta importante do nosso estudo é que mulheres que não se envolvem diretamente na aplicação de pesticidas podem apresentar níveis significativos de exposição a pesticidas, pois medimos diretamente a exposição a pesticidas em uma subpopulação de mulheres. Essas descobertas são críticas, pois ressaltam a necessidade de monitoramento direcionado dos níveis de exposição e intervenções preventivas de saúde nessas populações vulneráveis”, disse a docente Carolina Panis do Laboratório de Biologia de Tumores da Unioeste.
The Lancet é uma revista científica sobre medicina. Está entre as mais antigas, conhecidas e prestigiadas revistas médicas do mundo. “Ter a nossa pesquisa destacada em uma matéria dentro de revista deste calibre mostra que estamos se destacando no cenário mundial junto aos grandes grupos de pesquisa, e nos tornando uma referência em pesquisa na área de agrotóxicos e câncer no mundo”, conclui a docente.
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