Levantamento do Cetic.br aponta as principais oportunidades e desafios para a disseminação da rede entre instituições culturais do País
Os equipamentos culturais podem contribuir para a ampliação do acesso à cultura por meio do uso das tecnologias da informação e comunicação, sobretudo pela oferta de serviços e bens culturais na Internet. É o que indica a 1ª edição da pesquisa TIC Cultura 2016, lançada na segunda quinzena de janeiro pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estudo também revela que o uso das plataformas on-line (websites e redes sociais) pelos equipamentos culturais brasileiros (como arquivos, bens tombados, bibliotecas, cinemas, museus, pontos de cultura e teatros) está mais voltado à divulgação de notícias e atividades das instituições do que à difusão de conteúdos culturais. “Os equipamentos culturais são um importante local de efetivação do acesso à cultura, tanto pela oferta de atividades de formação e programação cultural, quanto pela preservação e difusão de acervos. Entretanto, o uso das TIC por parte destas instituições ainda é incipiente para o pleno aproveitamento deste potencial. As tecnologias digitais poderiam ser utilizadas não apenas para divulgar as atividades das instituições, mas também para ampliar os públicos da cultura por meio da realização de transmissões ao vivo, atividades de formação à distância e disponibilização de acervos na Internet”, reflete Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. Perfil dos equipamentos culturais
Digitalização de acervos A TIC Cultura 2016 mostra uma presença significativa de acervos em todas as categorias de equipamentos culturais, e a digitalização dos materiais se destaca entre arquivos (74%), pontos de cultura (63%) e museus (58%). A maior parte dos equipamentos havia digitalizado menos da metade dos itens de seus acervos, e a principal dificuldade apontada é a falta de financiamento, seguida da falta de equipe qualificada. Mesmo entre aqueles que possuem acervo digitalizado, a maior parte o disponibiliza para o público na própria instituição e não na Internet.
[box] USO DE INTERNET – O estudo também aponta que a maior parte das instituições oferecem serviços, informações ou assistência ao público pela Internet, com destaque para arquivos (82%) e cinemas (76%). No entanto, algumas atividades apresentam variações de acordo com o perfil de cada equipamento. A venda de produtos e serviços pela Internet tem maior percentual entre cinemas (57%), ao passo que a captação de recursos (54%) e o uso de serviços de governo eletrônico destacam-se entre pontos de cultura, sobretudo no que se refere à busca de informações sobre editais governamentais (77%) e à participação nesses editais (74%). Entre os serviços oferecidos pela Internet, destacam-se a venda ou reserva de ingressos entre cinemas e teatros. As atividades de formação ainda são predominantemente presenciais entre todos os tipos de equipamentos – a oferta de formação a distância não é prática comum, apresentando percentuais acima de 10% apenas entre pontos de cultura (13%) e arquivos (17%). . PRESENÇA EM SITES E REDES SOCIAIS – Segundo o levantamento, a presença das instituições culturais na Internet também apresenta variações de acordo com o seu perfil. Websites próprios são mais comuns entre cinemas (73%) do que entre as bibliotecas (9%). Entre quase todos os tipos de equipamentos culturais, a presença na Internet por meio de redes sociais mostra-se mais frequente: cinemas (94%); pontos de cultura (77%); teatros (62%); museus (49%); bens tombados (48%); bibliotecas (35%). “Tais plataformas on-line são utilizadas, em especial, para divulgação de atividades, programação cultural e notícias, sendo pouco aproveitado seu potencial para transmissão de vídeos ao vivo (streaming), visitas virtuais ou disponibilização de catálogos de acervos – que poderiam se constituir em importantes ferramentas para ampliação do acesso à cultura, principalmente em regiões onde há menor disponibilidade de equipamentos culturais”, pondera Barbosa.[/box]
Habilidades e percepções sobre o uso das TIC A pesquisa TIC Cultura revela, ainda, que a maior parte dos equipamentos culturais não possui área ou departamento de TI, nem contrata serviços nessa área, exceto no caso dos cinemas. De acordo com o estudo, a maior dificuldade para o uso de computador e Internet é a escassez de recursos financeiros para investimento em tecnologia, sendo o “uso de dispositivos ultrapassados” e a “baixa velocidade de conexão” outras dificuldades mencionadas. “Esses aspectos revelam que ainda persistem desafios econômicos, de infraestrutura e de capacitação para apropriação das tecnologias pelos equipamentos culturais brasileiros”, conclui o gerente do Cetic.br. Sobre a pesquisa Realizada entre novembro de 2016 e abril de 2017, a pesquisa TIC Cultura investiga a existência de infraestrutura de tecnologias de informação e comunicação (TIC) e o uso dessas tecnologias nos equipamentos culturais brasileiros, com foco na gestão interna, no contato com os públicos e na digitalização de acervos. Além disso, também traz informações sobre a gestão de TI nessas instituições e a percepção das contribuições e desafios para o uso de computador e Internet. Em 2016, foram entrevistados 2.389 equipamentos culturais, incluindo arquivos, bens tombados, bibliotecas, cinemas, museus, pontos de cultura e teatros. Para acessar a pesquisa na íntegra, visite: http://cetic.br/pesquisa/cultura/indicadores, ou leia a publicação em: http://cetic.br/pesquisa/cultura/publicacoes.
Sobre o Cetic.br O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. _____________________________ Guatá/com CeticBR
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