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Como um andorinha eu busco me achar em algum lugar, busco o conforto e afeto que pareça familiar, mesmo migrando para lugares nunca visto antes por mim. A anseio pelo belo sempre esteve presente aqui dentro e a forma como eu levo a vida reflete isso. A falsa sensação de lar me persegue e me furta a paz, pois não consigo estar em casa sem antes ser a mesma.
Quero sentir o cheiro das folhas que caem na primavera e quando o inverno chegar, se não me agrada, estarei me levando às alturas em busca de algo, de alguém, estarei em busca de mim, mesmo que seja necessário não buscar por ninguém.
Algo me pegou, me prendeu, mas sei que em breve não estarei mais aqui e que tudo irá fazer; as frustrações e tristezas irão fazer sentido. Eu preciso ficar exatamente por aqui agora, pois não é tempo de ir e enquanto não vou eu desfruto e aprecio a vista.
A minha dor me segue aonde eu vou e confesso que às vezes ela me encontra e quer me parar; e, sim, ela me pára…
Mas o que me leva a achar que não sou livre?
O que me faz prisioneira de mim mesma?
Eu poderia responder essas perguntas com boas respostas mas nenhuma delas faz muito sentido agora falando em voz alta.
Eu fico à espera de que algo aconteça, eu espero, espero e espero; mas ainda sim espero errado.
Eu quero um campo aberto e um lugar para chamar de meu; eu quero fugir do frio pois ele me assusta, me arde a pele.
Já vivi tanta coisa mas o que será que espera por mim lá na frente? A minha escrita me faz chorar pois antes de escrever eu penso nela. Eu não deveria estar feliz?
Que engraçado, tudo isso faz sentido na minha cabeça.
Por pouco eu não vou embora, por muito pouco eu não saio por aí desesperada voando, mesmo que no inverno, e eu nem gosto do frio, pois ele me assusta, me arde a pele.
Preciso estar confiante para anunciar a primavera: preciso acreditar em mim. Mas que dificuldade eu tenho de acreditar!
Quando eu estou em uma altura confiável eu consigo sossegar meus pensamentos por um instante. Eu consigo ouvir o vento tocando as árvores e acariciando as minhas penas e nesse momento eu posso lembrar que as tenho. Me faz lembrar que toda a anatomia do meu corpo me permite estar no alto, mas mesmo assim eu insisto em ficar no solo às vezes.
Que teimosia da minha parte insistir em um erro que não deveria me pertencer e nem fazem parte da minha rotina.
Bom, por agora eu espero superar a tempestade desses pensamentos que me assombram, busco me impedir de negar a felicidade que me aguarda.
Prometo anunciar a primavera com confiança e me afastar do inverno, pois não sei se cheguei a falar, mas, o frio me assusta, me arde a pele!
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