Caiu mais um ministro da Cultura do governo de Michel Temer (PMDB). Alegando desentendimentos na indicação de diretores e o corte de 43% no orçamento da pasta, o interino João Batista de Andrade perdeu o interesse em permanecer no cargo e demitiu-se. Por enquanto, não foi anunciado substituto. Andrade havia ascendido ao posto em maio, após Roberto Freire (PPS) deixar o governo devido à divulgação das gravações feitas pelo empresário da JBS, Joesley Batista, que reproduzem conversas suas com Michel Temer. À deriva, o MinC (Ministério da Cultura) é o retrato de um governo que foi às cordas desde que entrou no ringue. O desmonte da cultura no Brasil é clara. Enfraquecimento do MinC, ataques às leis de incentivo, sucateamento de equipamentos culturais, falta de recursos. O atual governo impõe sua visão privatista e elitista, que considera serviços públicos como ônus financeiro. Neste contexto, cultura é mais que descartável, é luxo para poucos. Entronado no poder, impõe-se o registro, Temer tentou reduzir o MinC a reles diretoria. Foi derrotado pela reação de artistas e produtores culturais em todo o país. Recuou da decisão. O status de ministério não resolve os problemas da cultura mas ajuda a deixar no passado as gestões que tratavam o setor meramente como apêndice das demais políticas públicas.
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