Imagem: reprodução
“Histórias em quadrinhos como meio de divulgação científica, infelizmente, ainda são pouco usadas”. A constatação é do docente do Departamento de Biologia Animal e Vegetal (CCB) da UEL Oscar Akio Shibatta. Atuando no Laboratório de Ictiologia (LIC), o professor foi orientador de um trabalho que envolveu a linguagem artística como veículo de transmissão do conhecimento em sua área – estudos dos peixes.
O que torna a História em Quadrinhos mais interessante para o Laboratório de Ictiologia, destaca o professor, é a participação da estudante Isabela Lagana Ohara, 21, na tradução de uma das versões. Bolsista de Iniciação Científica (IC) no laboratório, Isabela foi convidada pelo coordenador deste trabalho, o pesquisador Brian Sidlauskas, do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade de Oregon, a criar uma versão em Língua Portuguesa.
O maior desafio, conta a estudante, foi encontrar nomes “populares” em português que fossem correspondentes para cerca de 20 espécies de peixes apresentadas na linguagem dos quadrinhos, porém típicas de países como os Estados Unidos e Japão. Ela e o professor contam que, por não existirem no Brasil, a ausência de um nome popular exigiu, em alguns casos, pesquisas em águas ainda mais profundas na área de Ictiologia.
O professor Oscar Akio Shibatta e a aluna Isabela Lagana Ohara, estudante de Ciências Biológicas – (Foto: Agência UEL).
“Porque se você traduzir literalmente ficaria esquisito e pode não ser o nome que adotaríamos aqui”, complementa o professor. “O peixe-arroz (Oryzias latipes), por exemplo, não poderia ser rice fish. Então, usamos o nome japonês porque o peixe-arroz é um peixe japonês, e lá é chamado de Medaka. Então, achamos melhor usar o original”, complementa o professor.
Intitulada “O que controla o desenvolvimento do sexo nos peixes”, a publicação é uma parte de uma ação desenvolvida na Universidade de Oregon que visa a difusão do conhecimento por meio de Histórias em Quadrinhos Científicas. Seus autores são Sophia Breslin, Thomas Desvignes e John H. Postlethwait e o conteúdo é voltado a estudantes de Ciências Biológicas do Ensino Médio.
Questionada se pretende investir nas Histórias em Quadrinhos como ferramenta de divulgação, a jovem estudante descarta a possibilidade. Ela brinca que a oportunidade de participar do trabalho surgiu apenas por conta da sua facilidade com a língua inglesa, diferentemente do seu talento para desenhar.
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