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A APP Sindicato, que representa os trabalhadores na educação pública paranaense lançou nota neste início de janeiro questionando as novas matrizes curriculares publicadas pela Secretaria de Educação do Estado – Seed. A nova normatização, divulgada às vésperas do Natal de 2022, traz entre outras questões a extinção da disciplina de Arte dos 8º e 9º Anos.
. Além de frustrar o merecido repouso da categoria após um ano marcado por inúmeros ataques, a supressão da disciplina de Arte nega a estudantes o acesso a um componente essencial para a formação crítica, humana, ética e estética dos sujeitos. Desrespeita não só os profissionais da área, mas o conjunto da comunidade escolar, diz o artigo publicado pela APP. .
“Sua substituição pela disciplina de Pensamento Computacional, quando muitas escolas sequer dispõem de laboratórios de informática em boas condições, revela a concepção reducionista e tecnocrática do governo Ratinho.
Trata-se de um projeto para transformar jovens em massa de trabalho acrítica e apática, voltada para atender às exigências de um mercado cada vez mais precarizado.”, avaliam os educadores.
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. A categoria articulou uma forte reação ainda no dia 23, externando sua indignação com um tuitaço para denunciar o ataque. A APP se somou às manifestações e entende que a alteração fere normativas e direitos preconizados pela Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, pela Base Nacional Curricular Comum e pelo Referencial Curricular do Paraná.
. Especialistas e entidades também repudiaram as mudanças. Em carta aberta à Seed, a Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp) pede a manutenção das disciplinas artísticas no currículo.
. “A Arte é um eixo estruturante na formação do estudante em todas as fases do seu percurso escolar, pois é por meio do conhecimento e da vivência das diferentes linguagens artísticas que se desenvolve o pensamento complexo, a sensibilidade, a criatividade, a percepção de si e do outro e a noção de grupo social”, justifica a Apiesp. .
Chefias do Departamento de Arte Visual e do Centro de Educação, Comunicação e Artes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) reforçaram o rechaço, reivindicando o retorno da disciplina e afirmando que “não é possível uma educação intelectual, formal ou informal, de elite ou popular, sem arte.” .
A APP questionou a Seed e defende a revogação das alterações no Ensino Fundamental e reitera a necessidade de um amplo debate para a construção coletiva da grade curricular. O tema estará em pauta na primeira reunião com Roni Miranda, novo secretário da Educação, a ser realizada nos próximos dias. O Sindicato estuda outras medidas, inclusive no campo jurídico, além da mobilização para assegurar a permanência da disciplina no currículo.
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