Por quase dois séculos, o povo Kalunga viveu em relativo isolamento no coração do Brasil, entre serras, rios e matas da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Esse isolamento, muitas vezes forçado, tornou os Kalunga grande conhecedores do cerrado localizada no coração do Brasil. E isso permitiu a preservação de práticas agrícolas, cosmologias e estratégias de […]
Por quase dois séculos, o povo Kalunga viveu em relativo isolamento no coração do Brasil, entre serras, rios e matas da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Esse isolamento, muitas vezes forçado, tornou os Kalunga grande conhecedores do cerrado localizada no coração do Brasil. E isso permitiu a preservação de práticas agrícolas, cosmologias e estratégias de convivência com a natureza que hoje são reconhecidas como sistemas agrícolas tradicionais (SATs).
Esses sistemas vão além do cultivo: articulam práticas produtivas com modos de vida, saberes ancestrais, organização social e manejo sustentável da biodiversidade. Os Kalunga são guardiões de sementes crioulas, conhecem o tempo das chuvas, os ciclos do solo e o uso medicinal de espécies nativas.
Imagens: capturas de tela / Quilombo Kalunga
Praticam a agricultura em equilíbrio com os ecossistemas, em quintais produtivos, roças coletivas e sistemas agroextrativistas que garantem soberania e segurança alimentar para suas comunidades.
O conteúdo do filme foi inspirado nos relatos, presentes no documentário, da própria comunidade Kalunga, que compartilha seus saberes tradicionais, incluindo o uso simbólico e prático das tranças. A escuta ativa foi central nesse processo. O documentário não fala sobre os Kalunga, mas com eles. E deixa evidente que inovação também pode nascer da tradição.
A produção é parte do projeto Sistemas Agrícolas Tradicionais, coordenado pela Embrapa com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Guatá significa caminhar na língua guarani. E nos nomeamos assim porque é este o verbo mais apropriado para distinguir o esforço humano na procura de conhecer a força das próprias pernas conjugada ao equilíbrio de tatear o tempo e o espaço.
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