Depois de seis anos do rompimento da barragem de Fundão, 13 pessoas não responderão mais por nenhum crime, pois foram excluídas da ação penal por decisões judiciais – Danilo Candonga
O rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, em Bento Rodrigues, da Samarco Mineração S.A, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, completa seis anos nesta sexta (5). Para marcar a data, atingidos das comunidades e o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) promovem uma série de atividades em Mariana e em Governador Valadares.
Movimento denuncia que até hoje danos não foram reparados
Além de provocar a morte de 19 pessoas, o rompimento causou um aborto forçado pela lama e derramou 48,3 milhões de metros cúbicos de lama, que percorreram cerca de 650 quilômetros entre Mariana (MG) e a foz do Rio Doce, localizada no povoado de Regência (ES).
Em nota, o Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB) afirmou que “até hoje, há diversas comunidades com dificuldade de acesso à água. Muitas moradias recebem água de má qualidade, vindas de poços artesianos perfurados pela Fundação Renova que apresentam cheiro e coloração”.
Rompimento da barragem provocou a morte de 19 pessoas
O movimento ainda denuncia que milhares de pessoas da Bacia do Rio Doce adoeceram, devido o contato com a lama tóxica, e que os acordos de reparação entre a mineradora e o governo estadual favorecem a empresa.
“A mesa de repactuação aberta no Rio Doce mediada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda não abriu espaço para uma real participação. Duas audiências públicas já foram realizadas, mas sem incidência real nas discussões, o que mostra que modelo de reparação continua sendo o mesmo após 6 anos sem grandes resultados e que não há abertura para mudanças. A injustiça com os atingidos continua sendo a consequência desse modelo de reparação”, afirma o movimento em nota.
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