Movimento pacífico em solidariedade ao povo palestino reuniu mais de 200 pessoas na Praça da Paz. – Foto: Amilton Farias
De H2Foz / Por Denise Paro “Se queremos humanidade, então os seres humanos precisam ser humanos”. Com o microfone na mão, a libanesa Khouloud El Birani, 35 anos, moradora de Foz do Iguaçu, fez esse apelo para a realidade de quem vive na Faixa de Gaza.
Ela foi uma das idealizadoras do ato de solidariedade ao povo palestino, realizado na manhã deste domingo na Praça da Paz, em Foz do Iguaçu, que também ocorreu em diversas cidades brasileiras e do mundo.
As manifestações ganharam força, inclusive em países europeus, após Israel interceptar e deter ativistas da flotilha Global Sumud, que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. No grupo, havia 13 brasileiros.
Em Foz, o movimento reuniu mais de 200 pessoas. Com bandeiras, os participantes chamaram atenção para a situação desumana na qual passam os palestinos.
Comunidade árabe compareceu a manifestação pacífica. – Foto: Denise Paro
Para Khouloud, o ato clama para as pessoas ouvirem a verdade e resgatar o sentido de humanidade, de fato. Ela lembra das crianças que hoje estão em Gaza sem direito de brincar e das mulheres sem assistência hospitalar. “Não temos interesse político, a questão é humanitária”, frisa.
Xeique do Centro Cultural Beneficente Islâmico de Foz-CCBI, Oussama El Zahed, lembrou que há cerca de dois anos, no primeiro ato feito na Praça da Paz, em Foz, proferiu a seguinte frase. “Quantas pessoas devem morrer para parar esse genocídio?”.
Infelizmente o mundo inteiro parece calado, completa o líder religioso. Ele diz que o povo de Gaza merece ser respeitado.
Para o xeique Mohamad Kalil, da Sociedade Beneficente Islâmica de Foz do Iguaçu, o ato é uma voz de apoio ao que ocorre na Faixa de Gaza. É um evento humilde que tem bastante significado para a nação brasileira, frisa.
Xeiques participaram do ato. – Foto: Denise Paro
Judeu que vive em Foz do Iguaçu, o estudante de filosofia Tiago Emmanuel, 29 anos, esteve no ato para mostrar solidariedade aos palestinos. Ele diz que hoje o mundo está assistindo um dos maiores crimes de guerra contemporâneos.
“Toda nossa solidariedade deve ser ao povo palestino”, afirma. Tiago lembra que em Israel há muitos protestos por parte de civis que se opõem à guerra e que a opinião do povo israelense e judeu em massa é contra a política do premier Benjamim Netanyahu.
Ele ainda destaca que nem todo judeu é sionista e lembra de importantes nomes da história, a exemplo de Hanna Arendt, Rosa de Luxemburgo e Albert Einstein que se opunham a este tipo de política antipalestina.
Comerciante em Foz do Iguaçu com parentes na Palestina, Najwa Ashkar, 52 anos, diz que o ato é importante para dar força para a população de Gaza considerando que ultimamente o ser humano não se abala mais.
Najwa conta que recentemente esteve na Cisjordânia e apesar da situação estar relativamente mais tranquila lá, o povo também sofre com a guerra.
Nas cidades maiores da Palestina, o conflito reverbera na economia e coloca as famílias na rota das dificuldades financeiras. “A economia está ruim e o comércio parado”, salienta.
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