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Ana Galeano: “O que faz o seu coração vibrar? O meu, há um bom tempo tem sido a dança. Ela reorganizou a minha mente e as minhas emoções” (Fotos: acervo pessoal)
Nesta sexta, 29 de abril, o Teatro Barracão será ocupado por uma aula de flamenco, numa iniciativa da professora Ana Galeano, que representa a Escuela Rosa Flamenca em Foz do Iguaçu. Com acesso gratuito, a atividade está marcada para às 19 horas. A ação tem o objetivo de divulgar a dança flamenca, assim como as atividades da escola na cidade.
As atividades da extensão iguaçuense da Escuela são constituídas a partir de plano docente elaborado e coordenado pela maestra, bailaora e coreógrafa espanhola Rosa Jimenez, residente na Bahia. No caso da aula experimental, gratuita, o conteúdo principal será direcionado especialmente para se sentir a dança. Uma vivência acessível, democrática e, por isso, fundamental para quem quer saber mais sobre essa cultura e iniciar a prática. Se gostar, aí valerá a pena se aprofundar na beleza de tamanha expressão corporal.
Para a bailaora Ana Galeano, idealizadora da aula experimental, o que se pretende é apresentar o Flamenco como uma linguagem universal. Uma expressão de sentimentos que vai além da técnica, conectando e refletindo o íntimo de quem baila. “O que faz o seu coração vibrar? O meu, há um bom tempo tem sido a dança. Ela reorganizou a minha mente e as minhas emoções, me fez perceber o quanto posso ser forte e determinada’, afirma emocionada.
Cirleine Couto (à esq.): “Flamenco é a expressão de pura energia libertadora, de brio, amor, dor, luta e força (Foto: arquivo pessoal)
“Meus sapatos funcionam quase como extensão daquilo que sou ou tento ser todos os dias. Nessa caminhada nasceu o desejo de compartilhar desses sentimentos com mais pessoas. O que eu peço é sabedoria nessa nova fase. Que eu seja capaz de dar o meu melhor e de ver a luz de cada um que se proponha a desfrutar dessa arte comigo”, diz. Ana passou a responder desde o final de 2021 por uma extensão iguaçuense da Escola Rosa Flamenca.
Segundo a bailaora, até quem nunca dançou nada na vida pode e deve arriscar seus primeiros sapateios. É uma alegria dominar aos poucos ritmo, compasso e equilíbrio com seu próprio corpo e, ao mesmo tempo, se autoconhecer. Para pés interessados nesta viagem, não tem pré-requisito, perfil identitário, tampouco limite máximo de idade. As aulas estão abertas para homens e mulheres, adultos e também crianças. Estas últimas, a partir dos 10 anos, preferencialmente.
“Dançar flamenco é sentir-se conectada e atenta aos próprios sentimentos. É a expressão de pura energia libertadora, de brio, amor, dor, luta e força”, diz a médica Cirleine Couto. Ela está se realizando ao bailar. O plano começou a se concretizar a partir de aulas na primeira turma da maestra Ana Galeano, faz dois anos atrás.
Estudar com Galeano é um privilégio conta a médica. Atualmente, Cirleine Couto faz aulas particulares, além de continuar participando do grupo inicial. “Porque ela é uma professora gentil, carinhosa e atenciosa. Tem uma história linda que transparece, com muita honestidade, em seu dançar. Vê-la bailar é pura inspiração. E quero ser uma bailaora, meu sonho antigo, como ela e com ela.”, finaliza.
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Decretado patrimônio imaterial da humanidade em 2010, o Flamenco encanta o mundo todo, sendo uma arte que transmite as principais emoções da vida de forma única e fascinante, através de seu toque, cante e baile.
A origem do Flamenco segue sendo um mistério, mas, o mais provável é de que tenha se formado ao longo dos anos graças à miscigenação cultural de diferentes povos que habitaram a Península Ibérica, particularmente o sul da Espanha, na região de Andaluzia.
O Flamenco carrega em seu cordão essencial, influências de todos os povos e culturas que habitaram o território andaluz, encruzilhada de tantas culturas e povos milenares, como os fenícios, visigodos, romanos, árabes, judeus e gitanos.
Dessa rica mescla foi se cozinhando a fogo lento os ingredientes que deram origem ao que hoje conhecemos como flamenco, e que foi passado de geração em geração. Sua transmissão e desenvolvimento se deu sobretudo, nas comunidades menos privilegiadas, marcadas pela presença de marginalizados, muitas vezes perseguidos, como o povo cigano, os árabes e os judeus.
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