A Primeira Seleção Brasileira feminina de futebol Down treina no Centro Paralímpico em São Paulo – Foto: Captura de tela TV Globo
A paixão nacional ganhou mais um reforço: acabou de ser apresentada a Primeira Seleção Feminina de Futebol Down. O anúncio foi feito no Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março.
A Confederação Brasileira de Desportos para Deficiente Intelectuais (CBDI) fez história. A equipe já começou os treinamentos, mas enfrenta um grande desafio fora das quatro linhas: a falta de adversários no cenário internacional.
Para todas elas, o futebol é muito mais do que um esporte: é inclusão, amizade, realização de sonhos e a vontade de vencer o preconceito. “Eu gosto muito de jogar bola, fazer gol. Eu amo muito”, disse a camisa 9 da equipe, Glorinha, em entrevista ao Jornal Nacional.
– “Responsabilidade, Glorinha?” – Não, um prazer. “Eu gosto muito de jogar bola, fazer gol. Eu amo muito”, diz a camisa 9 da Seleção Brasileira.
Glorinha é uma das atletas convocadas e disse que carrega a responsabilidade com muito orgulho. A atleta chegou no projeto a partir de uma iniciativa em Lorena, no interior de São Paulo, e o talento a levou a voar mais alto. Os gols em torneios regionais garantiram sua convocação à primeira Seleção Brasileira feminina de futebol Down.
A equipe hoje treina no Centro Paralímpico, em São Paulo, e segue toda uma rotina de aperfeiçoamento e exercícios. “Tem que ter disciplina e fazer o certo. Senão, o técnico fica bravo”, contou a jogadora Larissa Pelarin.
Mais do que técnica e tática, o futebol da Seleção proporcionou algo muito mais valioso para essas meninas: amizade e inclusão.
“Fazer amizade. Aí elas trocam figurinhas, se seguem nas redes sociais. Uma rede de amizade, uma rede de apoio”, disse a treinadora Glauciene Vera da Silva.
As jogadoras também ajudam a reforçar o sentimento e criam laços além do campo. “Eu comecei primeiro, a amizade foi com a Ariane e depois foi a Ana Laura”, disse uma jogadora.
Apesar de toda empolgação e do talento da equipe, a Seleção enfrenta uma barreira difícil: a falta de rivais. A CBDI procurou por seleções femininas de futebol Down em outros países, mas não encontrou adversárias.
“Algumas equipes têm treinos que incluem meninas no esporte, mulheres com síndrome de Down, mas elas ainda não têm seleção formada”, explicou Heloísa Vilicic, vice-presidente da CBDI.
No futebol Down masculino, o Brasil já é tricampeão mundial. Agora chegou a vez das meninas arrasarem também. Elas não veem a hora!
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