Pesquisadores do Laboratório de Controle Avançado, Robótica e Engenharia Biomédica, do curso de Engenharia Elétrica, do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da UEL, conseguiram um novo depósito de patente no Instituto Nacional de Propriedade Intectual (INPI) que representa a terceira de um modelo de cadeira de rodas elétrica indicada para pessoas paraplégicas com diferentes níveis de lesão. O depósito da patente foi realizado em agosto passado e inova por permitir que o cadeirante acione o veículo por meio de um laringofone, ou seja, utilizando ruídos emitidos pela garganta. Essa tecnologia inédita se soma ao modelo que traz, entre outras inovações, a implementação de um algoritmo que, por meio Inteligência Artificial (IA), oferece parâmetros de controle em diversas velocidades. Com isso o equipamento se mantém estável.
O projeto tem a parceria dos pesquisadores da UTFPR de Apucarana Willian Ricardo Bispo Murbak Nunes e Rodrigo da Ponte Caun. A universidade mantém convênio acadêmico com a UEL para o desenvolvimento de Automação e Controle.
Antonio explica que o acionamento ocorre por meio de qualquer vibração emitida pela garganta, possibilitando que um cadeirante com tetraplegia possa ter autonomia na cadeira de rodas. A tecnologia beneficia pessoas que não têm condições de conduzir o veículo por meio de sopro/sucção variável ou pelo sistema joystick, como são os modelos anteriores propostos pelos pesquisadores do Laboratório de Controle Avançado, Robótica e Engenharia Biomédica.
De acordo com o mestrando, que é professor do curso de Engenharia Elétrica no Centro Universitário Uningá, em Maringá, o equipamento desenvolvido pode codificar cinco tipos distintos de som para movimentos diferentes – avançar, retornar, direita, esquerda e parada. O reconhecimento do som emitido pela pessoa é único. De acordo com o professor Ruberlei, um dos orientadores, a voz pode ser comparada ao DNA. Cada indivíduo tem a sua.
Ainda segundo Antonio, outra vantagem do laringofone adaptado ao equipamento é que praticamente não há interferência de outros sons na captação. Dessa forma, o acionamento é seguro, com o equipamento obedecendo apenas ao comando de voz do cadeirante.
A nova patente é resultado dos estudos do mestrando Antonio Pires Leôncio Junior (centro), orientado pelos professores Márcio Roberto Covacic (direita) e Ruberlei Gaino – Fotos: André Ridão / Agência UEL
A cadeira de rodas elétrica indicada para pessoas paraplégicas com diferentes níveis de lesão chamou a atenção de várias autoridades que participaram, no mês passado, do Paraná Faz Ciência 2023, que reuniu pesquisadores, estudantes e convidados, no Campus da UEL. Na ocasião, o secretário de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, professor Aldo Bona, esteve no CTU, onde conheceu a tecnologia. O secretário estava acompanhado da reitora, Marta Favaro, e do vice-reitor, Airton Petris.
No ano passado, os pesquisadores conseguiram o registro de duas patentes, com motorização trifásica e Inteligência Artificial (IA). A primeira foi com motor trifásico por indução e corrente alternada, diferente dos modelos tradicionais existentes no mercado, que trazem motorização por corrente contínua. A segunda foi com tecnologia desenvolvida em IA, que permite o acionamento por sopro/sucção, com ar expirado ou inspirado, com algum esforço motor. O protótipo está sendo divulgado pelo Escritório de Propriedade Industrial da Agência de Inovação Tecnológica (Aintec) da UEL. A intenção é encontrar parceiros industriais que tenham interesse em produzir o modelo em escala.
Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que mais de 8% da população brasileira têm algum tipo de deficiência. Quase metade dessa parcela (49,4%) é de idosos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, feita pelo Ministério da Saúde (MS). Para se ter uma dimensão do contingente que necessita de assistência, na faixa etária acima de 60 anos, uma a cada quatro pessoas apresenta algum tipo de deficiência.
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