A Unila está selecionando estudantes do ensino médio público de Foz do Iguaçu e Santa Terezinha de Itaipu para o Programa Institucional de Iniciação Científica do Ensino Médio. O programa oferece ao estudante da escola pública a oportunidade de participar de pesquisas científicas em diferentes áreas do conhecimento. As inscrições devem ser feitas de 15 de abril a 17 de maio.
São oferecidas 15 bolsas ao aluno, no valor de R$ 100 mensais, pelo período de um ano. O início das atividades de pesquisa está programado para agosto de 2019. A seleção será feita de acordo com as notas do estudante, que deverá apresentar na inscrição, entre outros documentos, o boletim relativo ao primeiro bimestre deste ano. Todas as normas e documentos necessários podem ser consultados no edital PRPPG 022/2019 e seus anexos.
O candidato também deverá indicar três áreas de interesse para a pesquisa. As áreas são Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Engenharias, Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e Linguística, Letras e Artes.
A estudante de Biotecnologia Isabella Caroline Sachini Lorena, que ingressou na Unila neste ano, foi bolsista de iniciação científica quando cursava o ensino médio em sua cidade, Santa Terezinha de Itaipu. Na Unila, ela foi pesquisadora no projeto “Cannabis e canabidiol: as duas faces de uma mesma moeda”, com orientação do professor Fernando Nampo.
Isabella realizou sua pesquisa de agosto de 2017 a agosto de 2018, convivendo com professores e estudantes e frequentando biblioteca, salas de estudo e laboratórios. Sua atividade como pesquisadora foi realizar a revisão da literatura científica. “Acredito que isso tenha sido muito importante também para a escolha do meu curso. Conhecer a literatura científica e o meio acadêmico foi muito interessante”, comenta.
Pesquisando o tema – que tem potencial de polêmica –, ela percebeu como o desconhecimento sobre a Cannabis sativa e seus componentes ainda é grande. “Vi uma ignorância das pessoas no sentido de não conhecer o tema. Acredito que eu também era um pouco ignorante, não conhecia o potencial”, diz. “O que mais me chamou a atenção foi o potencial farmacológico da planta. Crianças que, trocando o remédio tarja preta pelo canabidiol, tiveram a diminuição de convulsões. Isso foi incrível”, exemplifica.
Isabella, que já nutria interesse pela área científica, teve certeza da escolha que deveria fazer para continuar seus estudos. “Eu me encantei ainda mais pela ciência e escolhi Biotecnologia por ser um curso associado com pesquisa e onde eu poderia me aprofundar mais nessa temática.”
Depois de um ano no projeto de pesquisa, Isabella apresentou os resultados de seu trabalho para os colegas do Colégio Estadual Carlos Zewe Coimbra, onde estudava, mostrando o que era o canabidiol e o estudo de caso de uma criança que utilizou a substância e pôde trocar o remédio controlado pelo canabidiol, apresentando melhora no quadro de saúde, com a redução de convulsões. “Meus amigos vieram perguntar mais sobre esse assunto, porque há muita ignorância sobre essa temática. A questão do isolamento dessa substância [canabidiol] e o tratamento é muito importante”, opina.
Questionada sobre como via a ciência antes de sua experiência na Unila, Isabella contou que seu conhecimento ficava muito no senso comum: “um monte de gente em laboratório”. “Mas tudo mudou a partir do momento em que entrei [no projeto de iniciação científica] e vi o que era ciência. Hoje sou apaixonada por ciência, quero ser cientista.”
O conselho de Isabella para os estudantes que estão no ensino médio é não deixar passar a oportunidade de fazer um projeto de iniciação científica. “Eu recomendo para todos: alunos da escola pública, participem da iniciação científica, tentem o Enem, entrem numa universidade pública. A universidade pública é para todos.”
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